A situação descrita na composição musical retrata uma
realidade vivenciada pela sociedade em geral, mas que pode
identificar-se com
Capitão de indústria
Eu não tenho tempo de ter
O tempo livre de ser
De nada ter que fazer
Eu não vejo além da fumaça
Que passa e polui o lar
Eu nada sei
Eu não vejo além disso tudo
O amor e as coisas livres, coloridas
Nada poluídas
Eu acordo pra trabalhar
Eu durmo pra trabalhar
Eu corro pra trabalhar
Eu não tenho tempo de ter
O tempo livre de ser
De nada ter que fazer
É quando eu me encontro perdido
Nas coisas que eu criei
E eu não sei
(VALLE, 2010).
Capitão de indústria
Eu não tenho tempo de ter
O tempo livre de ser
De nada ter que fazer
Eu não vejo além da fumaça
Que passa e polui o lar
Eu nada sei
Eu não vejo além disso tudo
O amor e as coisas livres, coloridas
Nada poluídas
Eu acordo pra trabalhar
Eu durmo pra trabalhar
Eu corro pra trabalhar
Eu não tenho tempo de ter
O tempo livre de ser
De nada ter que fazer
É quando eu me encontro perdido
Nas coisas que eu criei
E eu não sei
(VALLE, 2010).
Gabarito comentado
Alternativa correta: A
Tema central: a questão trata da transformação do trabalho durante a Primeira Revolução Industrial — proletarização, jornadas extensas, poluição urbana e perda de tempo livre. O texto musical descreve a rotina alienante do trabalhador fabril, típico do século XVIII/XIX na Inglaterra.
Resumo teórico (claro e progressivo): com o avanço das fábricas e a mecanização, muitos camponeses perderam acesso aos meios de produção (processo conhecido como cercamento — Enclosure Acts) e passaram a vender sua força de trabalho por salário. Surgiu a classe operária (proletariado), caracterizada por longas jornadas, repetição, insalubridade e alienação. Conceitos-chave: proletarização e alienação (ver Marx, O Capital; Thompson, The Making of the English Working Class).
Justificativa da alternativa A: A letra enfatiza rotina exaustiva („acordo pra trabalhar / durmo pra trabalhar“), poluição industrial („fumaça que passa e polui o lar“) e falta de tempo livre — quadro típico do operariado inglês durante a Primeira Revolução Industrial, quando o processo de cercamento e a mecanização obrigaram a venda da força de trabalho em troca de salário (fontes: Marx; E. P. Thompson).
Análise das alternativas incorretas:
B — Incorreta. O Congresso de Berlim (1884–85) tratou da partilha colonial da África (Scramble for Africa), não da “imposição de regras para escravização” nem da divisão do tráfico negreiro — o tráfico transatlântico já estava em declínio e proibido por potências no século XIX.
C — Incorreta. A recessão pós‑Primeira Guerra contribuiu a instabilidade, mas a Crise de 1929 foi desencadeada pelo colapso da bolsa de Nova York; dizer que a recessão pós‑1918 foi “principal fator para a eclosão da Crise de 1929” é cronologicamente e causalmente impreciso.
D — Incorreta. O nazismo não adotou princípios socialistas; o Pacto Germano‑Soviético (1939) foi um acordo de não agressão entre Hitler e Stalin, sem significar adoção do socialismo pelo nazismo — leitura historicamente equivocada.
E — Incorreta. O Plano Marshall (1948) injetou recursos para a reconstrução europeia e estimulou a recuperação econômica, reduzindo desemprego e não provocando uma crise profunda na Europa.
Estratégia de prova: busque palavras-chave do enunciado (rotina, fumaça, trabalhar sempre) e relacione ao contexto histórico plausível. Elimine alternativas com erros cronológicos, atores incorretos ou causação inverossímil.
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