O segmento que mostra um tipo de variedade de linguagem diferente dos demais é:
Texto 3
Um dos maiores mitos propagados por aí é o de que dois raios não caem no mesmo lugar. Mas não dê ouvidos a
tudo o que lhe dizem. Em áreas de grande incidência, podem cair não somente dois, mas diversos raios. Prova disso
é o Cristo Redentor, agraciado por seis raios por ano, em média, de acordo com o Inpe (Instituto Nacional de
Pesquisas Espaciais). E o Empire State Building, em Nova York, que recebe 25 descargas, sendo que já aconteceu
de o topo do prédio ser atingido oito vezes em apenas oito minutos.
A chance de uma pessoa ser atingida diretamente por um raio é muito baixa, em termos estatísticos: é menor do que
um para um milhão. O que não é motivo para baixar a guarda. Se você estiver em uma área descampada (como uma
praia ou campo de futebol) durante uma tempestade forte, a probabilidade é bem maior: de um para mil. Isso porque
o seu corpo acaba se transformando em para-raios nessas situações.
Raios são descargas elétricas de grande intensidade que conectam as nuvens de tempestade e o solo. Ou seja:
para que eles ocorram, é necessário haver uma nuvem carregada de partículas com carga negativa (geradas pelo
choque das partículas de gelo) e um solo repleto de partículas com carga positiva. Como os campos elétricos
costumam se acumular em extremidades, não é de se estranhar que arranha-céus, monumentos pontiagudos,
copas de árvores e cabeças sejam mais vulneráveis.
É bom lembrar que relâmpago é o nome genérico que se dá às descargas elétricas, mas os raios são só os que se
conectam ao solo. E o trovão? É o som produzido pelo ar que se aquece e se expande rapidamente na região em
que circula a corrente elétrica do raio.
http://noticias.uol.com.br/ciencia/ultimas-noticias/
Gabarito comentado
Tema central da questão: Variação linguística, com foco nas diferenças entre linguagem formal e linguagem informal. É fundamental, conforme destaca Evanildo Bechara em sua gramática, perceber o contexto e adequação dos registros linguísticos: o tipo de linguagem revela-se pela escolha lexical e pela construção frasal.
Alternativa correta: C
Justificativa: O segmento “A chance de uma pessoa ser atingida diretamente por um raio é muito baixa, em termos estatísticos: é menor do que um para um milhão.” emprega linguagem técnica-formal, com vocabulário preciso (“em termos estatísticos”) e numérica, destacando-se das demais justamente pela objetividade e impessoalidade típicas de explicações científicas. O texto adota estrutura sintática elaborada e uso de termos técnicos, diferindo do tom mais coloquial e metafórico observado em outros excertos.
Análise das alternativas incorretas:
- A) Segmento estruturado formalmente, uso padrão da língua, sem marcas coloquiais.
- B) Uso do imperativo (“não dê ouvidos…”), corrente na linguagem formal orientativa. Não há coloquialismo explícito.
- D) Emprega a expressão idiomática “baixar a guarda”, fortemente coloquial. Esse uso aproxima o texto do leitor, marcando o registro informal e popular, o que o distancia da formalidade esperada.
- E) Estrutura formal, sem elementos da oralidade ou linguagem popular.
Estratégia de leitura para questões sobre variação linguística: Observe expressões idiomáticas, metáforas do cotidiano ou construções informais, que indicam registro coloquial. Já a linguagem técnica e impessoal caracteriza o registro formal. Autoras como Cunha & Cintra reforçam que a escolha lexical e a ausência de marcas de oralidade definem a formalidade textual.
Ponto-chave: Atente-se ao vocabulário técnico e à impessoalidade (formal), versus o uso de expressões populares e locuções idiomáticas (informal).
Pegadinha recorrente: confundir tom orientativo ou imperativo (que pode ser formal) com informalidade.
Resumo para provas: Identifique sempre o registro utilizado, analisando vocabulário, expressões e construtos sintáticos, como orienta a norma-padrão.
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