Entre outros aspectos da expansão marítima portuguesa a partir do século XV, o poema menciona
Entre outros aspectos da expansão marítima portuguesa a partir do século XV, o poema menciona
Ó mar salgado, quanto do teu sal .São lágrimas de Portugal!Por te cruzarmos, quantas mães choraram . Quantos filhos em vão rezaram! Quantas noivas ficaram por casar. Para que fosses nosso, ó mar!Valeu a pena? Tudo vale a pena.Se a alma não é pequena.Quem quer passar além do. Bojador. Tem que passar além da dor.Deus ao mar o perigo e o abismo deu,Mas nele é que espelhou o céu.
Gabarito comentado
Alternativa correta: D
Tema central: o poema evoca a Expansão Marítima portuguesa (séc. XV‑XVI) ressaltando sacrifício, risco e resultados coletivos — isto é, a percepção das perdas e dos ganhos decorrentes das viagens.
Resumo teórico: A Expansão teve múltiplas motivações — comerciais (rota para especiarias), tecnológicas (caravelas, instrumentos de navegação), políticas (centralização monárquica) e religiosas. Importante: além das motivações, as fontes literárias e poéticas costumam enfatizar custos humanos e o risco (mortes, famílias deixadas), bem como orgulho e sentido coletivo. Obras de referência: Charles R. Boxer, The Portuguese Seaborne Empire; Fernand Braudel, La Méditerranée et le Monde Méditerranéen à l'époque de Philippe II.
Justificativa da alternativa D: O poema menciona diretamente “lágrimas”, “quantas mães choraram”, “filhos em vão rezaram”, “noivas ficaram por casar” e pergunta “Valeu a pena?”, contrapondo dor e conquista. Esses elementos indicam avaliação dos custos humanos frente aos benefícios coletivos — exatamente a ideia de perdas e ganhos individuais e sociais provocados pelas navegações.
Análise das alternativas incorretas:
A — “transformou Portugal na principal potência europeia por quatro séculos”: exagero cronológico. Portugal teve destaque nos séculos XV‑XVI; depois entrou em declínio relativo (séculos XVII‑XVIII). O poema não celebra hegemonia duradoura, mas pondera sacrifício vs. resultado.
B — Reconhecimento do papel da Coroa e apoio financeiro: embora a Coroa tenha sido decisiva, o poema não menciona apoio estatal ou pensões às famílias; focaliza sofrimento humano e justificação existencial das viagens.
C — Crença religiosa como principal motor: há referência a “Deus”, mas o sentido do texto é mais existencial/heroico do que teológico — a religião aparece como metáfora e consolo, não como causa principal das expedições.
E — Dificuldade em reconhecer oceanos/confundir América com Índias: nada no poema indica erro geográfico; trata‑se de sacrifício e risco, não de confusão cartográfica.
Estratégia de prova: Procure palavras-chave emocionais (lágrimas, dor, mães), perguntas retóricas (“Valeu a pena?”) e imagens simbólicas (Bojador como obstáculo). Elas indicam foco em custo/benefício humano, não em política estatal, geografia ou exclusividade religiosa.
Fontes sugeridas para aprofundar: Charles R. Boxer (The Portuguese Seaborne Empire) e Fernand Braudel (La Méditerranée...), além de crônicas portuguesas do período.
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