Questão 87e69d8c-9f
Prova:UNESP 2013
Disciplina:História
Assunto:História Geral, Expansão Comercial a Marítima: a busca de novos mundos


Entre outros aspectos da expansão marítima portuguesa a partir do século XV, o poema menciona

Ó mar salgado, quanto do teu sal .São lágrimas de Portugal!Por te cruzarmos, quantas mães choraram . Quantos filhos em vão rezaram! Quantas noivas ficaram por casar. Para que fosses nosso, ó mar!Valeu a pena? Tudo vale a pena.Se a alma não é pequena.Quem quer passar além do. Bojador. Tem que passar além da dor.Deus ao mar o perigo e o abismo deu,Mas nele é que espelhou o céu.

A
o sucesso da empreitada, que transformou Portugal na principal potência europeia por quatro séculos
B
o reconhecimento do papel determinante da Coroa no estímulo às navegações e no apoio financeiro aos familiares dos navegadores
C
a crença religiosa como principal motor das navegações, o que justifica o reconhecimento da grandeza da alma dos portugueses.
D
a percepção das perdas e dos ganhos individuais e coletivos provocados pelas navegações e pelos riscos que elas comportavam
E
a dificuldade dos navegadores de reconhecer as diferenças entre os oceanos, que os levou a confundir a América com as Índias.

Gabarito comentado

G
Gabrielle FrancoMonitor do Qconcursos

Alternativa correta: D

Tema central: o poema evoca a Expansão Marítima portuguesa (séc. XV‑XVI) ressaltando sacrifício, risco e resultados coletivos — isto é, a percepção das perdas e dos ganhos decorrentes das viagens.

Resumo teórico: A Expansão teve múltiplas motivações — comerciais (rota para especiarias), tecnológicas (caravelas, instrumentos de navegação), políticas (centralização monárquica) e religiosas. Importante: além das motivações, as fontes literárias e poéticas costumam enfatizar custos humanos e o risco (mortes, famílias deixadas), bem como orgulho e sentido coletivo. Obras de referência: Charles R. Boxer, The Portuguese Seaborne Empire; Fernand Braudel, La Méditerranée et le Monde Méditerranéen à l'époque de Philippe II.

Justificativa da alternativa D: O poema menciona diretamente “lágrimas”, “quantas mães choraram”, “filhos em vão rezaram”, “noivas ficaram por casar” e pergunta “Valeu a pena?”, contrapondo dor e conquista. Esses elementos indicam avaliação dos custos humanos frente aos benefícios coletivos — exatamente a ideia de perdas e ganhos individuais e sociais provocados pelas navegações.

Análise das alternativas incorretas:

A — “transformou Portugal na principal potência europeia por quatro séculos”: exagero cronológico. Portugal teve destaque nos séculos XV‑XVI; depois entrou em declínio relativo (séculos XVII‑XVIII). O poema não celebra hegemonia duradoura, mas pondera sacrifício vs. resultado.

B — Reconhecimento do papel da Coroa e apoio financeiro: embora a Coroa tenha sido decisiva, o poema não menciona apoio estatal ou pensões às famílias; focaliza sofrimento humano e justificação existencial das viagens.

C — Crença religiosa como principal motor: há referência a “Deus”, mas o sentido do texto é mais existencial/heroico do que teológico — a religião aparece como metáfora e consolo, não como causa principal das expedições.

E — Dificuldade em reconhecer oceanos/confundir América com Índias: nada no poema indica erro geográfico; trata‑se de sacrifício e risco, não de confusão cartográfica.

Estratégia de prova: Procure palavras-chave emocionais (lágrimas, dor, mães), perguntas retóricas (“Valeu a pena?”) e imagens simbólicas (Bojador como obstáculo). Elas indicam foco em custo/benefício humano, não em política estatal, geografia ou exclusividade religiosa.

Fontes sugeridas para aprofundar: Charles R. Boxer (The Portuguese Seaborne Empire) e Fernand Braudel (La Méditerranée...), além de crônicas portuguesas do período.

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