Entre as principais características do modelo político adotado no Brasil durante a República Velha (1889-1930), destacaram-se
Gabarito comentado
Alternativa correta: B
Tema central: trata-se da organização política da República Velha (1889–1930): como as elites controlavam o poder central e local, o sistema eleitoral e as práticas clientelistas que garantiam a manutenção do regime oligárquico.
Resumo teórico: A República Velha foi marcada pela articulação entre elites estaduais e governo federal — a chamada política dos governadores — que garantia apoio mútuo (nomeações, recursos) em troca do controle dos votos locais. Esse controle era executado pelos coronéis (grandes proprietários locais) mediante relações clientelistas e coerção — o coronelismo. O sistema eleitoral era aberto (voto público), facilitando a manipulação conhecida como voto de cabresto (eleitor "na guia", controlado). Fontes úteis: José Murilo de Carvalho, Boris Fausto; Constituição de 1891 (contexto institucional); Código Eleitoral de 1932 (introduz o voto secreto posteriormente).
Por que B está certa: ela reúne três elementos centrais e interligados da República Velha: política dos governadores (pacto federal-estadual), coronelismo (poder local oligárquico) e voto de cabresto (controle eleitoral por meio de voto aberto). Esses fenômenos explicam como as oligarquias mantiveram hegemonia até 1930.
Análise das alternativas incorretas:
A — “política do Regresso Conservador” não é expressão-chave da República Velha; embora militares tenham influência inicial, o militarismo não define todo o período. “Voto censitário”: incorreto — predominava exigência de alfabetização e exclusões, mas não um exclusivo voto censitário como mecanismo central.
C — “parlamentarismo às avessas” é termo usado em outros contextos e não sintetiza o regime oligárquico; “clientelismo” está correto como fenômeno, e “voto a descoberto” (aberto) também, mas a alternativa falha por não incluir a “política dos governadores”, peça-chave.
D — embora a “política do café com leite” e o coronelismo sejam relevantes, afirma “voto secreto censitário”: contradictório e errado — o voto era aberto (não secreto) e não havia voto universal nem secretismo até medidas posteriores (Código Eleitoral de 1932).
E — “política de valorização do café” só aparece pontualmente a partir da década de 1900; “populismo” é característica de fases posteriores (Vargas e 1940s); “voto universal” é falso para o período — mulheres e analfabetos foram excluídos, e o voto era manipulável.
Dica de prova: ao ver uma alternativa que combine controle local (coronelismo), pacto federal-estadual e voto aberto/manipulado, é sinal forte de República Velha. Desconfie de termos anacrônicos (populismo, voto universal) ou de combinações contraditórias (voto secreto + cabresto).
Fontes: José Murilo de Carvalho, História do Brasil; Boris Fausto, História do Brasil; Constituição de 1891; Código Eleitoral (1932).
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