Questão 872c5a1f-a5
Prova:UECE 2011
Disciplina:História
Assunto:Período Colonial: produção de riqueza e escravismo, História do Brasil

Considere as afirmações a seguir em relação à Guerra dos Mascates ocorrida na capitania de Pernambuco, entre 1710 e 1711:

I. A Guerra dos Mascates foi um conflito entre os comerciantes de Recife e os proprietários de terras de Olinda, no contexto em que, a primeira florescia e a segunda mostrava claros sinais de decadência.

II. A vitória dos comerciantes de Recife possibilitou a emancipação de sua vila e o fim da sujeição política, administrativa e jurídica a Olinda.

III. O discurso dos olindenses derrotados era aquele que os afirmava como nobres homens da terra, destituídos de suas prerrogativas por estrangeiros e seus descendentes aventureiros.

Está correto o que se afirma em

A
III apenas.
B
II e III apenas.
C
I apenas.
D
I, II e III.

Gabarito comentado

V
Vanessa CamposMonitor do Qconcursos

Alternativa correta: D — I, II e III.

Tema central: a Guerra dos Mascates (Pernambuco, 1710–1711) opõe dois grupos sociais: os senhores de engenho de Olinda (aristocracia agrária) e os comerciantes de Recife (mascates). Entender esse conflito exige conhecimento sobre a economia açucareira, a polarização urbana/rural e a intervenção da Coroa portuguesa no início do século XVIII.

Resumo teórico: com a decadência relativa dos engenhos do interior e a expansão do comércio portuário, Recife cresceu como centro mercantil. Os comerciantes, em geral portugueses recém-chegados, disputavam poder com os velhos senhores de engenho de Olinda. Em 1710 a Coroa elevou Recife a vila, o que agravou tensões. O conflito mostrou conflitos de interesses econômicos, disputas políticas locais e discursos legítimos de ordem social (honra, legitimidade, “homens da terra”).

Justificativa das afirmativas:

I. Verdadeira — sintetiza a explicação: Recife florescia comercialmente; Olinda representava a elite agrária em declínio. (contexto econômico e social)

II. Verdadeira — a vitória dos mercadores levou à efetiva emancipação política de Recife: a vila ganhou autonomia administrativa e deixou de ser subordinada à Câmara de Olinda.

III. Verdadeira — os olindenses defenderam-se com um discurso de origem e prestígio: apresentavam‑se como os “bem nascidos” e acusavam os mascates (estrangeiros/novos) de usurpar suas prerrogativas.

Análise das alternativas incorretas e estratégia de prova:

A — (III apenas): incorreta porque I e II também são historicamente verossímeis; não descaracteriza o conflito nem o resultado político.

B — (II e III apenas): incorreta porque omite que a rivalidade nasce do contraste econômico/político entre Recife e Olinda (I).

C — (I apenas): incorreta porque a consequência política real — emancipação administrativa de Recife (II) — e o caráter retórico dos olindenses (III) também são fatos comprovados.

Dica de prova: procure nas alternativas menções a causas (por que ocorreu), desfecho (o que mudou) e discursos (como cada lado se representava). Se todas três dimensões aparecem corretas e coerentes com o contexto, a alternativa abrangente costuma ser a certa.

Fontes recomendadas: obras de síntese sobre o Brasil colonial e artigos sobre a Guerra dos Mascates (ver, por exemplo, capítulos de História do Brasil por Boris Fausto e estudos regionais sobre Pernambuco).

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