Questão 87015b6e-4b
Prova:UFRN 2008
Disciplina:História
Assunto:História Geral, Antiguidade Ocidental (Gregos, Romanos e Macedônios)

Felipe II, rei da Macedônia, conquistou a Grécia. Seu filho Alexandre, o Grande, consolidou as conquistas do pai e expandiu o Império em direção à Ásia, chegando até a Índia.

Na perspectiva histórica, a obra de Alexandre e de seus sucessores imediatos foi importante porque

A
substituiu a visão mística do mundo, presente nos povos orientais, pelo conhecimento intelectual proveniente da razão e do raciocínio lógico.
B
favoreceu a difusão do modelo político das cidades-estados da Grécia pelas regiões conquistadas no Oriente, estimulando um governo fundamentado na liberdade e na democracia.
C
suplantou o poder despótico predominante nos grandes impérios orientais, os quais atribuíam aos governantes uma origem divina.
D
possibilitou o intercâmbio de culturas, difundindo as tradições gregas nas terras do Oriente, enquanto as mesopotâmicas, egípcias, hebraicas e persas expandiam- se para o Ocidente.

Gabarito comentado

A
Anderson MaiaMonitor do Qconcursos

Alternativa correta: D

Tema central: o período helenístico e a difusão cultural resultante das conquistas de Alexandre e das ações de seus sucessores (os diádocos). É importante para o concurso porque exige compreender não só as vitórias militares, mas os efeitos culturais, administrativos e econômicos que moldaram o mundo mediterrâneo e asiático após 330–30 a.C.

Resumo teórico (claro e progressivo): após as conquistas de Alexandre, surgiram reinos helenísticos (Ptolomeus no Egito, Selêucidas na Ásia, Antígonidas na Macedônia) que fundaram cidades gregas, promoveram o comércio e difundiram a língua e as práticas gregas (a chamada koiné). Ao mesmo tempo houve sincretismo: tradições egípcias, mesopotâmicas, persas e indianas foram incorporadas em arte, religião e ciência (ex.: culto de Serápis, arte greco-budista em Gandhara, bibliotecas e centros de saber em Alexandria). Fontes gerais: Encyclopaedia Britannica; Peter Green, The Hellenistic Age; obras sobre Hellenismo e História Antiga.

Por que D está certa: a alternativa D descreve corretamente o intercâmbio bilateral — os gregos levaram suas formas artísticas, políticas urbanas e língua ao Oriente, enquanto elementos culturais orientais penetraram no mundo grego/ocidental. Esse fluxo cultural mútuo e o sincretismo são marcas do helenismo, confirmadas por exemplos arqueológicos e textuais (Alexandrias, moedas, templos, arte greco-oriental).

Análise das alternativas incorretas:

A — Incorreta. Não houve substituição unívoca da "visão mística" oriental pela razão grega; houve coexistência e fusão de crenças e saberes. A ideia de um choque civilizacional tão linear simplifica e distorce as evidências.

B — Incorreta. O modelo político das city-states (pólis) não foi imposto como sistema democrático no Oriente. Os reinos helenísticos eram monarquias dinásticas; cidades mantiveram instituições locais, mas não significou difusão generalizada da democracia ateniense.

C — Incorreta. Alexandre e seus sucessores não suplantaram o caráter monárquico ou as reivindicações de legitimidade divina; muitos reis helenísticos adotaram cultos reais e prerrogativas próximas ao poder despótico oriental (ex.: Ptolomeus como faraó).

Estratégia para provas: busque termos como "difusão", "sincretismo" e desconfie de alternativas absolutas ("substituiu", "suplantou"). Lembre-se: o helenismo é caracterizado por mistura cultural e expansão da koiné, não por exportação exclusiva de um único modelo político ou religioso.

Fonte(s) sugerida(s): Encyclopaedia Britannica (entries: Hellenistic Age, Alexander the Great); Peter Green, The Hellenistic Age.

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