Em 2002, José Murilo de Carvalho escrevia sobre o Brasil: “Como a experiência de governo democrático tem sido curta e os
problemas sociais têm persistido e mesmo se agravado, cresce também a impaciência popular com o funcionamento geralmente
mais lento do mecanismo democrático de decisão. Daí a busca de soluções rápidas por meio de lideranças carismáticas e
messiânicas.” CARVALHO, José Murilo. Cidadania no Brasil: o longo caminho. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2002, p.222.
São exemplos de liderança carismáticas e messiânicas os ex-presidentes:
Gabarito comentado
Resposta correta: E — Getúlio Vargas, Jânio Quadros e Fernando Collor.
Tema central: trata-se de reconhecer lideranças carismáticas e messiânicas — figuras políticas que usam apelo pessoal, promessas de solução rápida e discurso anti-elite para obter apoio, frequentemente em momentos de crise. Compreender o conceito é essencial em provas de Sociologia Política e História do Brasil.
Resumo teórico rápido: segundo Max Weber, liderança carismática funda-se na autoridade pessoal: seguidores atribuem qualidades excepcionais ao líder e esperam intervenção decisiva. No Brasil, essa forma de liderança aparece quando instituições democráticas parecem lentas e ineficazes — daí o apelo a soluções personalistas (CARVALHO, 2002).
Justificativa da alternativa E: Getúlio Vargas construiu culto de personalidade e políticas populistas (era Vargas/Estado Novo), Jânio Quadros ascendeu com estilo messiânico e retórica moralizante, rompendo com a política tradicional; Fernando Collor venceu como “caçador de marajás”, outsider que prometeu limpar a política com medidas rápidas e fez apelo direto ao povo — encaixam-se bem na definição de liderança carismática/messiânica.
Análise das alternativas incorretas:
A: Washington Luís, Júlio Prestes e Café Filho — figuras mais ligadas às oligarquias da Primeira República e ao presidencialismo tradicional; não representam carisma messiânico.
B: Prudente de Moraes, Eurico Gaspar Dutra, José Sarney — presidentes de perfil institucional ou de transição; Sarney teve personalismo regional, mas não do tipo messiânico típico do enunciado.
C: Fernando Henrique Cardoso, Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff — FHC é tecnocrata; Lula tem apelo popular e carisma, mas o conjunto não se encaixa como exemplo claro de liderança messiânica (Dilma é mais institucional). Misturar tecnocracia e populismo aqui é armadilha.
D: Venceslau Brás, Nereu Ramos e Itamar Franco — presidentes de caráter institucional ou de transição (especialmente Nereu e Itamar), sem forte componente messiânico.
Estratégia para provas: ao ver “carismático/messiânico”, busque líderes que: 1) prometem mudança imediata; 2) apelam ao culto pessoal; 3) apresentam discurso anti‑establishment; 4) surgem em momentos de crise. Elimine opções com presidentes de perfil oligárquico, técnico ou institucional.
Fontes: Weber (teoria da autoridade carismática) e CARVALHO, J. M., Cidadania no Brasil (2002), conforme o enunciado.
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