O direito ao sufrágio torna-se, na viragem do século, o eixo
principal da luta feminista. Para as radicais não se trata
apenas de um princípio de igualdade, mas de uma
condição sine qua non da realização dos direitos na vida
privada e pública. Para as moderadas, o sufrágio
permanece um objetivo longínquo; ele será a coroação de
seus esforços: devem merecê-lo graças a uma melhor
formação e dar as suas provas por meio de um trabalho de
utilidade pública.
KÄPPELI, A.-M., “Cenas feministas", in DUBY, G. e PERROT, M. dir., História
das Mulheres. O século XIX. Trad., Porto: Afrontamento, 1994, p. 556.
Os movimentos feministas, no final do século XIX,
KÄPPELI, A.-M., “Cenas feministas", in DUBY, G. e PERROT, M. dir., História das Mulheres. O século XIX. Trad., Porto: Afrontamento, 1994, p. 556.
Os movimentos feministas, no final do século XIX,
Gabarito comentado
Alternativa correta: C
Tema central: trata-se do movimento sufragista feminino no final do século XIX — disputa interna entre correntes radicais (queriam o voto como condição indispensável para a transformação social) e moderadas (viam o sufrágio como meta futura, a ser conquistada por mérito e formação).
Resumo teórico: no século XIX o movimento feminista organizou-se em frentes variadas. As radicais pressionavam por direitos políticos imediatos; as moderadas defendiam progressão gradual — educação, trabalho social e prova de "mérito" antes do voto. Exemplos e leituras úteis: Duby & Perrot, História das Mulheres (século XIX) — texto-base citado — e trabalhos sobre o sufrágio na Europa. Importante: a conquista do voto ocorreu de forma desigual e majoritariamente no início do século XX, não no século XIX.
Justificativa da alternativa C: A alternativa afirma que o direito de voto era objetivo mesmo para as moderadas, embora não imediato — exatamente o que descreve o texto de apoio: suffragistas moderadas consideravam o sufrágio uma meta a ser merecida por meio de formação e serviço público. Por isso a C é correta.
Análise das alternativas incorretas:
- A — quotas de participação são instrumento moderno (século XX tardio); não eram objetivo organizado no final do século XIX.
- B — falso: não houve equiparação do direito de voto com os homens em todos os países europeus até 1900; várias nações só concederam voto feminino no século XX (ex.: Reino Unido parcial antes de 1918; Finlândia 1906 foi uma exceção europeia).
- D — incorreto: melhorar condições de trabalho foi pauta reformista, mas não houve uma "obtenção" generalizada do direito ao trabalho para mulheres e crianças nesse período — ao contrário, exploração e trabalho infantil persistiram e só foram sendo regulados gradualmente.
- E — errado: houve relações complexas entre feminismo, socialismo e anarquismo; setores cooperaram e havia sobreposição de militantes; não foram totalmente isolados.
Dica de interpretação: procure termos que indiquem temporalidade e grau (ex.: "imediatamente", "longínquo") e desconfie de alternativas absolutas ("em todos", "obtiveram"). Relacione o enunciado com contexto histórico amplo (datas das reformas eleitorais).
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