A busca de metais preciosos ou de um eldorado onde o
ouro fosse abundante foi a utopia de diversos conquistadores
europeus. A acumulação de metais preciosos, por
nações como Espanha e Portugal, na época moderna, era
Atenção: Para responder à questão,
considere o texto abaixo.
Retrato do Brasil: ensaio sobre a tristeza brasileira, de
Paulo Prado (escritor a quem Mário de Andrade dedicou Macunaíma),
é hoje um livro quase esquecido. Quando saiu, porém,
alcançou êxito excepcional: quatro edições entre 1928 e 1931.
O momento era propício para tentar explicações do Brasil, país
que se via a si mesmo como um ponto de interrogação. Terra
tropical e mestiça condenada ao atraso ou promessa de um
eldorado sul-americano?
(BOSI, Alfredo. Céu, Inferno. São Paulo: Ática, 1988, p. 137)
Atenção: Para responder à questão, considere o texto abaixo.
Retrato do Brasil: ensaio sobre a tristeza brasileira, de Paulo Prado (escritor a quem Mário de Andrade dedicou Macunaíma), é hoje um livro quase esquecido. Quando saiu, porém, alcançou êxito excepcional: quatro edições entre 1928 e 1931. O momento era propício para tentar explicações do Brasil, país que se via a si mesmo como um ponto de interrogação. Terra tropical e mestiça condenada ao atraso ou promessa de um eldorado sul-americano?
(BOSI, Alfredo. Céu, Inferno. São Paulo: Ática, 1988, p. 137)
Gabarito comentado
Resposta correta: Alternativa D
Tema central: a questão trata do mercantilismo (também chamado de bullionismo), conjunto de práticas econômicas e políticas dos Estados europeus na Idade Moderna que visavam a acumulação de metais preciosos para fortalecer o poder estatal.
Resumo teórico e pontos-chave: Mercantilismo pressupõe que a riqueza de um país se mede pelo estoque de metais preciosos; por isso o Estado intervém (monopólios, subsídios, tarifas, controle colonial) para obter superávit comercial e repatriar metais. A chegada de prata e ouro do Novo Mundo alimentou esse sistema, gerando efeitos como a inflação (a chamada "revolução dos preços") e a centralidade do Estado na economia. (Ver: Eli F. Heckscher, Mercantilism; Fernand Braudel, Civilization and Capitalism.)
Por que a alternativa D é correta: A alternativa D situa a acumulação de metais no contexto do sistema mercantil, destacando a ação estatal com objetivo de manter a balança comercial positiva e defender a moeda — exatamente os objetivos do bullionismo. Esse enquadramento histórico e conceitual é o que sustenta a resposta.
Análise das incorretas: - A: Incorreta — descreve o liberalismo comercial (mão livre do mercado). O enriquecimento por metais preciosos nas monarquias ibéricas decorreu de intervenção estatal, não do liberalismo. - B: Incorreta — afirma que metais passaram a ser "o principal produto comercial"; na prática, metais foram estratégicos como reserva de valor e instrumento político, mas não o único ou sempre principal bem comercial. - C: Parcialmente enganosa — existe a ideia de medir riqueza pelo metal (metalismo), mas não se tratava só de um “procedimento contábil”; era uma doutrina e política econômica com medidas concretas de Estado. - E: Incorreta — afirma que os tesouros foram rapidamente empregados no desenvolvimento industrial desses países. Historicamente, Espanha e Portugal não industrializaram-se com esse ouro/prata; parte foi consumida em luxo e causou inflação, além de financiar guerras — não houve salto industrial competitivo frente à Inglaterra.
Dica de prova: ao ver "acumulação de metais preciosos" pense em mercantilismo/bullionismo e em políticas estatais (tarifas, monopólios, balança comercial). Desconfie de alternativas que confundem mercantilismo com liberalismo ou que reduzem a doutrina a meros procedimentos contábeis.
Fontes recomendadas: Eli F. Heckscher, Mercantilism; Fernand Braudel, Civilization and Capitalism (vol. II).
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