No sistema colonial português, o trabalho compulsório
indígena
Atenção: Para responder à questão,
considere o texto abaixo.
Nos poemas indianistas, o heroísmo dos indígenas em
nenhum momento é utilizado como crítica à colonização europeia,
da qual a elite era a herdeira. Ao contrário, pela resistência
ou pela colaboração, os indígenas do passado colonial, do ponto
de vista dos nossos literatos, valorizavam a colonização e
deviam servir de inspiração moral à elite brasileira. (...) Já o
africano escravizado demorou para aparecer como protagonista
na literatura romântica. Na segunda metade do século XIX,
Castro Alves, na poesia, e Bernardo Guimarães, na prosa, destacaram
em obras suas o tema da escravidão.
(Adaptado de: NAPOLITANO, Marcos e VILLAÇA, Mariana.
História para o ensino médio. São Paulo: Atual Editora, 2013,
p. 436-37)
Atenção: Para responder à questão, considere o texto abaixo.
Nos poemas indianistas, o heroísmo dos indígenas em nenhum momento é utilizado como crítica à colonização europeia, da qual a elite era a herdeira. Ao contrário, pela resistência ou pela colaboração, os indígenas do passado colonial, do ponto de vista dos nossos literatos, valorizavam a colonização e deviam servir de inspiração moral à elite brasileira. (...) Já o africano escravizado demorou para aparecer como protagonista na literatura romântica. Na segunda metade do século XIX, Castro Alves, na poesia, e Bernardo Guimarães, na prosa, destacaram em obras suas o tema da escravidão.
(Adaptado de: NAPOLITANO, Marcos e VILLAÇA, Mariana. História para o ensino médio. São Paulo: Atual Editora, 2013, p. 436-37)
Gabarito comentado
Alternativa correta: B
Tema central: entende-se a dinâmica do trabalho no sistema colonial português — especialmente por que o trabalho indígena não se consolidou como base das grandes lavouras e foi progressivamente substituído pelo trabalho escravo africano. É conhecimento recorrente em provas de História do Brasil.
Resumo teórico: no período colonial o trabalho indígena apareceu em formas variadas (serviço nas missões, tributos, corveias, captura por bandeirantes), mas mostrou-se pouco adequado às grandes plantações de açúcar. Fatores decisivos: queda demográfica indígena por doenças, maior facilidade de fuga e resistência (conhecimento do território), e a crescente oferta de africanos pelo tráfico atlântico. Essas condições tornaram o trabalho africano mais "rentável" — do ponto de vista dos senhores — para grandes lavouras (ver Napolitano & Villaça, História para o ensino médio, 2013).
Por que a alternativa B está certa: ela reúne as principais razões históricas: rebeliões e fugas indígenas eram frequentes e eficazes (fácil integração no ambiente), e o tráfico negreiro forneceu mão de obra intensiva que atendeu à demanda das plantações. Assim, para os proprietários de terras, o uso sistemático de indígenas era menos vantajoso.
Análise das incorretas:
A — Errada. Afirma que a expulsão da Companhia de Jesus ocorreu no século XVII; na verdade foi em 1759 (século XVIII, ação de Marquês de Pombal). Além disso, missões usavam trabalho indígena, mas a cronologia e o quadro institucional da alternativa estão imprecisos.
C — Errada. Generaliza que Entradas e Bandeiras funcionaram mediante acordos que previam divisão de riquezas. Embora houvesse alianças pontuais com grupos indígenas, as expedições frequentemente recorriam à coerção, captura e escravização, não a acordos formais de partilha.
D — Errada. Mistura personagens e posições: jesuítas criticavam certas formas de exploração indígena, mas a alternativa exagera e afirma que figuras como Anchieta/Antonil combateram genericamente a escravidão de negros — isso não corresponde à historiografia; as posições eram variadas e não equivalem à oposição sistemática à escravidão africana.
E — Errada. Afirma que existiu “trabalho semi-servil com consentimento da Igreja” rotulado como “Guerra Santa”. Trata-se de simplificação e termo anacrônico: a Igreja discutia “guerra justa” e limites morais, mas não havia um regime padronizado de “Guerra Santa” que institucionalizasse esse tipo de trabalho.
Fonte sugerida: Napolitano & Villaça, História para o ensino médio (2013); revisões introdutórias sobre escravidão e trabalho colonial em obras de Stuart B. Schwartz e Boris Fausto.
Dica de prova: atente para datas, termos absolutos (sempre/sistematicamente) e nomes próprios — geralmente as alternativas erradas contêm imprecisões cronológicas ou generalizações.
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