Durante a Idade Média, havia um imaginário vinculado às
cruzadas, pautado pela concepção de que
Atenção: Para responder à questão,
considere o texto abaixo.
(...) os mitos e o imaginário fantástico medieval não
foram subitamente subtraídos da mentalidade coletiva europeia
durante o século XVI. (...) Conforme Laura de Mello e Sousa,
“parece lícito considerar que, conhecido o Índico e desmitificado
o seu universo fantástico, o Atlântico passará a ocupar papel
análogo no imaginário do europeu quatrocentista”.
(VILARDAGA, José Carlos. Lastros de viagem: expectativas,
projeções e descobertas portuguesas no Índico (1498-
1554). São Paulo: Annablume, 2010, p. 197)
Atenção: Para responder à questão, considere o texto abaixo.
(...) os mitos e o imaginário fantástico medieval não foram subitamente subtraídos da mentalidade coletiva europeia durante o século XVI. (...) Conforme Laura de Mello e Sousa, “parece lícito considerar que, conhecido o Índico e desmitificado o seu universo fantástico, o Atlântico passará a ocupar papel análogo no imaginário do europeu quatrocentista”.
(VILARDAGA, José Carlos. Lastros de viagem: expectativas, projeções e descobertas portuguesas no Índico (1498- 1554). São Paulo: Annablume, 2010, p. 197)
Gabarito comentado
Alternativa correta: D
Tema central: a questão aborda a mentalidade medieval sobre as Cruzadas — entendidas como mistura de peregrinação e guerra santa — e a crença de que participar delas conferia benefícios espirituais, sobretudo o perdão dos pecados.
Resumo teórico: Desde o concílio de Clermont (1095) e as bulas papais que incentivaram a Primeira Cruzada, a guerra contra os infiéis foi apresentada como uma forma de peregrinação armada. Fontes contemporâneas (ex.: relatos de Fulcher de Chartres; pronunciamentos papais) e estudos modernos (Jonathan Riley‑Smith, The First Crusade and the Idea of Crusade; Christopher Tyerman, God’s War) enfatizam que a participação garantia remissão de penas e indulgências, integrando penitência e recompensa espiritual.
Por que a alternativa D é correta: ela sintetiza a ideia-chave medieval: a jornada e o combate religiosos para recuperar a Terra Santa eram vistos como meios de purificação da alma e perdão dos pecados. Essa crença é corroborada por bulas papais que concediam indulgências plenas aos cruzados e pela retórica clerical que comparava o crusadeiro ao peregrino penitente.
Análise das alternativas incorretas:
A — mistura índices da Reconquista ibérica com uma visão simplista. As Cruzadas não se resumiam à missão dos nobres apenas para proteger a Europa contra imposição religiosa na Península; trata‑se de interpretação imprecisa e reducionista.
B — apresenta a ideia de “morrer sem esperança” e de sacrifício voltado a fortalecer o Papa; embora a autoridade papal estivesse presente, a ênfase cristã era em remissão e vitória espiritual/temporal, não em um sacrifício sem esperança.
C — anacrônica e falsa: liga as Cruzadas à Peste Negra como castigo e afirma que foram iniciadas pelos muçulmanos. As Cruzadas começam no século XI por iniciativa cristã; a Peste Negra ocorre no século XIV.
E — inverossímil: pilhagens e saques ocorreram, mas não havia norma que exigisse destinar todo o saque às ordens mendicantes ou aos pobres muçulmanos; a proposta contraria práticas e justificativas documentadas.
Dica de prova: busque palavras-chave como “perdão”, “indulgência”, “peregrinação” e detecte anacronismos (ex.: Peste Negra) para eliminar alternativas.
Fontes recomendadas: Jonathan Riley‑Smith, The First Crusade and the Idea of Crusade; Christopher Tyerman, God’s War; discursos e bulas papais do período (por exemplo, relatos sobre o Concílio de Clermont).
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