Analise as afirmações abaixo que remetem ao papel assumido pelo ditador Getúlio Vargas, enquanto chefe de estado, durante a Segunda Guerra Mundial.

I. Inicialmente simpatizante das forças do Eixo, após o bombardeio de navios brasileiros, foi obrigado a fechar alianças com os grupos de países aliados.

II. Alinhou-se contra as forças do Eixo a partir de 1939, em virtude da ausência de sintonia do seu governo com os governos totalitários.

III. Inicialmente adotou uma política dúbia, ora negociando com os Estados Unidos, ora com a Alemanha. Mas, as derrotas sucessivas das forças do Eixo, entre outras coisas, o fizeram decidir-se a favor dos aliados.

Está correto o que se afirma

Resposta correta: D — apenas em I e III

Tema central: a posição externa do governo de Getúlio Vargas durante a Segunda Guerra Mundial — neutralidade ambígua, pressões internas e externas, ataques a navios brasileiros e a subsequente aproximação com os Aliados (entrada na guerra, envio da FEB, uso de bases por EUA).

Resumo teórico: Vargas conduziu uma política externa pragmática. Entre 1937 e início da década de 1940 manteve postura de neutralidade e buscou compensar influências econômicas e diplomáticas tanto da Alemanha quanto dos EUA. Essa ambiguidade decorreu de interesses econômicos (comércio e tecnologia), ligações industriais e elementos ideológicos autoritários, mas sem uma declaração formal de “aliança” inicial com o Eixo. Os ataques de submarinos alemães a embarcações brasileiras em 1942 e a pressão diplomática dos EUA levaram ao rompimento com o Eixo e à declaração de guerra e cooperação com os Aliados, incluindo envio de tropas italianas (FEB) e concessão de bases aéreas.

Justificativa da alternativa D (I e III):

I — Interpretada no sentido de que Vargas, antes de 1942, demonstrou simpatias e relações econômicas com potências do Eixo e só mudou após ataques a navios brasileiros: dentro do enunciado adotado pelos concursos, isso é considerado verdadeiro, pois a neutralidade tinha nuances pró-Alemanha (comércio e influência cultural) e o ataque submarino foi fator decisivo para alinhamento com os Aliados.

III — Correta: Vargas manteve postura dúbia, negociando com EUA e Alemanha; as sucessivas reviravoltas e, sobretudo, as derrotas do Eixo e os ataques aos navios brasileiros contribuíram para a opção pelos Aliados (declaração de guerra e envio da FEB).

Análise das alternativas incorretas:

II — Incorreta: afirma que o alinhamento anti-Eixo ocorreu “a partir de 1939” e por “ausência de sintonia” ideológica. Na realidade, o alinhamento efetivo veio em 1942, impulsionado por razões pragmáticas e pressões externas (ataques navais, embargo e incentivos dos EUA), não por ruptura ideológica precoce em 1939.

Por que A, B e C estão erradas:

- A (I, II e III): inclui II, que está equivocada quanto ao tempo e à motivação do alinhamento.

- B (apenas I e II): mantém II e exclui III; III é fundamental e verdadeiro.

- C (apenas II e III): contém II, incorreta, e por isso inválida.

Dicas de prova: atenção a datas e conectores causais — “a partir de 1939” e “por ausência de sintonia” são sinais de pegadinha. Prefira afirmações que mencionem 1942, ataques a navios, pressão norte-americana e envio da FEB como marcos decisivos.

Fontes/leituras recomendadas: Frank D. McCann (sobre o Brasil na 2ª GM e a FEB); Thomas E. Skidmore (história política do Brasil no século XX).

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