O tráfico negreiro sobreviveu até 1850, pois havia interesse de diferentes oligarquias regionais brasileiras na manutenção do trabalho escravo.

Resposta: Certo (C)

Tema central: trata-se do fim do tráfico transatlântico de escravos para o Brasil no século XIX e das razões internas que explicam sua continuidade até meados do século. É importante conectar legislação, interesses econômicos regionais e pressão internacional.

Resumo teórico

Embora tenha havido atos legais contra o tráfico já em 1831 (Lei que declarou o tráfico proibido), a proibição só foi efetivamente implementada em 1850 com a Lei Eusébio de Queirós (4/9/1850). Entre 1831 e 1850 o tráfico continuou de modo ilegal e tolerado porque a economia brasileira — especialmente as oligarquias açucareiras do Nordeste e, cada vez mais, os cafeicultores do Sudeste — dependia do trabalho escravo. Além disso, a pressão britânica (ex.: Aberdeen Act, 1845) forçou ações mais eficazes, mas não eliminou imediatamente a demanda interna por escravos.

Por que a afirmação está correta?

A frase é correta porque identifica a causa principal da persistência do tráfico até 1850: o interesse das oligarquias regionais em manter o sistema escravista e suprir a demanda por mão de obra. Mesmo com proibições formais, a força política e econômica desses grupos impedia fiscalização rigorosa e permitia a continuidade do comércio ilegal. A promulgação da Lei Eusébio de Queirós só se tornou possível e mais eficaz quando o Estado, pressionado internacionalmente e por mudanças internas, começou a enfrentar diretamente esses interesses.

Fontes essenciais: Lei de 7/11/1831 (proibição sem efetividade prática); Lei Eusébio de Queirós (4/9/1850); estudos sobre escravidão no Brasil, como João José Reis e Emília Viotti da Costa para contexto historiográfico; atos britânicos (Aberdeen Act, 1845) sobre repressão ao tráfico.

Dica de prova: ao ver datas e termos como "até 1850", associe imediatamente à Lei Eusébio de Queirós. Verifique se o enunciado aponta causas internas (oligarquias, economia) ou externas (pressão britânica): muitas questões combinam ambos, mas aqui o foco é o interesse das elites brasileiras.

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