A concorrência do açúcar da cana proveniente do Caribe, especialmente de Cuba, e do extraído da beterraba, produzido na Europa, contribuiu para o declínio relativo da economia do Nordeste no período imperial. A partir da segunda metade do século XIX, o Nordeste tornou-se exportador de mão de obra para as regiões social e economicamente mais dinâmicas do Centro-Sul.

Alternativa correta: C — Certo

Tema central: transformação econômica regional no Brasil imperial — declínio relativo da economia açucareira do Nordeste devido à concorrência externa e a consequente emissão de mão de obra para regiões mais dinâmicas (Centro‑Sul) a partir da 2ª metade do século XIX.

Resumo teórico e explicação progressiva:

1) No século XIX houve mudança na dinâmica do mercado mundial do açúcar: produtores do Caribe (notadamente Cuba) modernizaram a produção com técnicas e capital que reduziram custos; simultaneamente, a produção de açúcar de beterraba na Europa cresceu, pressionando preços internacionais.

2) A cana‑de‑açúcar nordestina, sustentada por tecnologia e organização social antigas (latifúndio, trabalho escravo, moendas tradicionais), perdeu participação relativa no mercado, sofrendo queda de receitas e investimento.

3) A partir da 2ª metade do século XIX, o Centro‑Sul — especialmente São Paulo com a expansão cafeeira — demandou muita mão de obra. Diante da crise regional, secas periódicas (ex.: 1877–1879) e falta de alternativas locais, muitos nordestinos migraram para as zonas cafeeiras e para centros urbanos em busca de trabalho.

Justificativa da correção:

A afirmação sintetiza corretamente causas (concorrência de açúcar do Caribe e da beterraba) e efeitos (declínio relativo da economia açucareira nordestina e migração de mão de obra para o Centro‑Sul). Evidências históricas e análise econômica confirmam essa trajetória: a modernização e expansão do açúcar em Cuba e a ampliação da produção de beterraba na Europa reduziram a vantagem comparativa do Nordeste; ao mesmo tempo, a economia cafeeira paulista atraía trabalhadores internos e imigrantes, configurando o Nordeste como exportador de mão de obra.

Fontes e leituras recomendadas:

- Celso Furtado, Formação econômica do Brasil (1959) — análises sobre a decadência do açúcar nordestino e reestruturação regional.

- Sínteses de História Econômica do Brasil e artigos sobre a crise do açúcar e a migração nordestina no século XIX (ver manuais e capítulos de obras de historiadores econômicos).

Dica de interpretação para provas: ao ler alternativas sobre economia regional, identifique: (a) agente da concorrência (de onde vem o produto concorrente), (b) mudança tecnológica/organizacional envolvida, e (c) resultado social (migração, desemprego, transformação agrária). Palavras‑chave como "segunda metade do século XIX", "concorrência" e "exportador de mão de obra" sinalizam cronologia e causalidade que confirmam a assertiva.

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