Um súdito não tem o direito de descumprir o contrato social quando esse é rompido por outro súdito, mas tem o direito de descumpri-lo quando o contrato social é rompido pelo soberano.

Por que a afirmativa está errada

Hobbes não reconhece o direito generalizado dos súditos de romper o contrato e rebelar contra o soberano quando este "rompe" o contrato. Na concepção hobbesiana (Leviathan, 1651), o contrato social é um acordo entre os indivíduos para transferir seus direitos a um poder absoluto que garanta segurança e ordem. Uma vez constituído o soberano, o medo do retorno ao estado de natureza (guerra de todos contra todos) torna a obediência necessária; assim, a ruptura por parte do soberano não confere aos súditos um direito legítimo de revolta.

Ponto essencial: para Hobbes, a autoridade soberana é quase absoluta; a exceção permissiva é muito restrita — permanece o direito natural à autodefesa (preservar a própria vida se esta estiver diretamente ameaçada), não um direito político amplo de insurreição.

Referências básicas
Thomas Hobbes, Leviathan (capítulos relevantes: XIV, XVII, XIX, XXI). Consultas úteis: Stanford Encyclopedia of Philosophy — entry “Thomas Hobbes”.

Estratégia para interpretar questões desse tipo

- Identifique termos-chave: "direito de descumprir", "rompido pelo soberano". - Lembre que Hobbes distingue contrato entre indivíduos (que institui o soberano) e a posição do soberano após a instituição: a lógica hobbesiana prioriza evitar o estado de natureza. - Procure exceções explicitadas pelo autor (ex.: autodefesa) e não suponha direitos de resistência política amplos se o autor os nega.

Resumo prático
Afirmativa que diz que o súdito pode descumprir o contrato quando o soberano o rompe está em desacordo com Hobbes — por isso a resposta é E — Errado.

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