Em toda essa diversidade de aperfeiçoamentos tecnológicos, era evidente o caráter unívoco do movimento: a mudança gerava mudança. A oferta barata de carvão revelou-se uma dádiva dos céus para a indústria do ferro, que estava sendo asfixiada pela falta de combustível. Nesse meio tempo, a invenção e a difusão de motores a vapor na indústria têxtil criou uma nova procura de combustível, e, portanto, de carvão; e esses motores tinham um apetite voraz de ferro, o que reclamava mais carvão.

(David S. Landes. Prometeu desacorrentado, 1994. Adaptado.)

O historiador refere-se à primeira Revolução Industrial, destacando

Gabarito: E

Tema central: Primeira Revolução Industrial — especialmente a relação entre os setores de energia (carvão) e de produção de máquinas (ferro, motores a vapor). Entender esse encadeamento é essencial para resolver a questão.

Resumo teórico: A Primeira Revolução Industrial (séc. XVIII–início séc. XIX, sobretudo na Grã‑Bretanha) foi marcada pela substituição progressiva do trabalho manual por máquinas movidas principalmente a carvão e a vapor. A expansão da mineração de carvão barateou energia, viabilizando grande produção de ferro e a difusão de motores a vapor, o que criou um ciclo de demanda mútua: mais carvão → mais ferro → mais máquinas → mais carvão. (Fonte: David S. Landes, Prometeu Desacorrentado; Hobsbawm; Robert C. Allen.)

Por que a alternativa E é a correta: O excerto menciona explicitamente carvão, ferro e motores a vapor, descrevendo uma relação recíproca entre energia e máquinas — exatamente o que a alternativa E afirma: a interação do avanço tecnológico nos setores de energia e de produção de máquinas.

Análise das alternativas incorretas:

A — Fala em eletricidade e aço, que caracterizam a Segunda Revolução Industrial (final do séc. XIX). Não corresponde ao trecho citado.

B — Trata de incorporação pelos países subdesenvolvidos, tema diferente (difusão tecnológica global) e não abordado pelo texto.

C — Afirma autonomia do processo produtivo em relação ao mercado; contradiz a lógica capitalista e o próprio trecho, que mostra demanda e oferta interligadas.

D — Menciona “socialização dos lucros” e baixos custos; é impreciso e político‑ideológico, não explica a relação técnica energia‑máquinas descrita no texto.

Dica de prova: Procure palavras-chave (carvão, ferro, vapor) e identifique a fase histórica correspondente. Distinga entre Primeira (carvão/ferro/vapor) e Segunda Revolução (eletricidade, aço, química). Isso elimina rapidamente alternativas A e outras distrativas.

Referências básicas: David S. Landes, Prometeu Desacorrentado (1994); E. J. Hobsbawm, A Era das Revoluções; Robert C. Allen, The British Industrial Revolution in Global Perspective.

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