Em nome do direito de viver da humanidade, a colonização, agente da civilização, deverá tomar a seu encargo a valorização e a circulação das riquezas que possuidores fracos detenham sem benefício para eles próprios e para os demais. Age-se, assim, para o bem de todos. (...) [A Europa] está no comando e no comando deve permanecer.
(Albert Sarrault, Grandeza y servidumbres coloniales Apud Hector Bruit, O imperialismo, 1987, p. 11)
A partir do fragmento, é correto afirmar que
(Albert Sarrault, Grandeza y servidumbres coloniales Apud Hector Bruit, O imperialismo, 1987, p. 11)
A partir do fragmento, é correto afirmar que
Gabarito comentado
Alternativa correta: A
Tema central: trata-se do novo imperialismo (final do séc. XIX), caracterizado pela partilha da África e da Ásia, pelo controle de matérias‑primas e mercados e pela ideologia da “missão civilizadora”. Para resolver a questão, é preciso identificar época, agentes (potências) e motivações (econômicas, políticas e ideológicas).
Resumo teórico rápido: O chamado novo imperialismo (aprox. 1870–1914) surge com a expansão do capitalismo industrial e financeiro: busca de matérias‑primas, mercados para manufaturas, áreas de investimento e prestígio político. A ideologia da “civilizing mission” justificava a dominação (ex.: “white man’s burden”). Obras úteis: John A. Hobson, Imperialism (1902); V. I. Lenin, Imperialismo, fase superior do capitalismo (1916).
Por que a alternativa A é correta: O enunciado do fragmento expõe a ideia de que a Europa “está no comando” e a colonização é apresentada como tarefa civilizadora, assim como a apropriação e circulação de riquezas das populações dominadas. Isso corresponde claramente à partilha afro‑asiática da segunda metade do séc. XIX, liderada sobretudo por Inglaterra e França, vinculada à expansão das relações capitalistas e ao interesse em matérias‑primas estratégicas — quadro descrito por historiadores do imperialismo.
Análise das alternativas incorretas:
B — Refere‑se ao “velho imperialismo” do século XVI (Portugal/Espanha). Embora existisse exploração colonial, a alternativa mistura conceitos e não corresponde ao contexto do fragmento, que aponta o imperialismo industrial e ideológico do séc. XIX.
C — Erro temporal: diz “primeira metade do século XIX”. O novo imperialismo principal é da segunda metade do século XIX; além disso, afirma que a Grã‑Bretanha atuou de forma pacífica — impreciso, pois houve uso de força e rivalidades.
D — Anacronismo e agentes errados: vincula colonialismo do séc. XVI a Alemanha e França; a Alemanha só se afirma como potência unificada e colonial após 1871. Também afirma que a África foi industrializada, o que não ocorreu.
E — Erro de época: “segunda metade do século XVII” é muito anterior à Revolução Industrial e ao imperialismo moderno. Além disso, confunde atores e objetivos.
Dica de interpretação para concursos: cheque sempre datas, quem são os agentes, e motivações. Palavras‑chave do enunciado (ex.: “missão civilizadora”, “comando”) indicam ideologia do final do séc. XIX; alternativas com anacronismos ou afirmações absolutas (ex.: “de forma pacífica”) costumam ser incorretas.
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