É a América Latina, as regiões das veias abertas. Desde o descobrimento até nossos dias, tudo se transformou em capital estrangeiro e como tal acumula-se até hoje. A causa nacional latino-americana é, antes de tudo, uma causa social.
(Eduardo Galeano, As veias abertas da América Latina, 1978, p. 14 e 281. Adaptado)
A partir do texto, é correto afirmar que
(Eduardo Galeano, As veias abertas da América Latina, 1978, p. 14 e 281. Adaptado)
A partir do texto, é correto afirmar que
Gabarito comentado
Resposta correta: Alternativa A
Tema central: trata-se da continuidade da estrutura colonial econômica e social após as independências latino-americanas — isto é, como as elites criollas preservaram privilégios, abrindo espaço para o capital estrangeiro e mantendo a exclusão da maioria.
Resumo teórico: a interpretação segue a tradição da teoria da dependência — autores como Eduardo Galeano, Fernando Henrique Cardoso & Enzo Faletto e Celso Furtado explicam que a ruptura política com a metrópole não significou desocupação das relações de dependência: terras e poder permaneceram nas mãos dos proprietários locais; o capital estrangeiro (principalmente britânico no século XIX) passou a dominar mercados e investimentos; a massa pobre seguiu excluída. Fontes: Galeano, As veias abertas da América Latina (1978); Cardoso & Faletto, Dependência e Desenvolvimento.
Por que a alternativa A é correta: A afirma que a independência manteve o poder econômico dos criollos e o poder político preservou a estrutura colonial — incluindo a manutenção da escravidão por longo período — enquanto o livre comércio e investimentos favoreceram interesses britânicos. Resume corretamente que a luta tornou-se também uma causa social porque a maioria permaneceu desapropriada e excluída.
Análise das alternativas incorretas:
B — incorreta: afirma que os criollos aboliram a escravidão e fizeram reforma agrária. Na prática, foram raras reformas estruturais imediatas; a escravidão só foi abolida gradualmente em diferentes países, quase sempre por pressões diversas, não por um projeto igualitário dos proprietários.
C — incorreta: reduz a emancipação a um fenômeno apenas cultural e apresenta uma justificativa anacrônica (abolição para garantir consumo de produtos franceses). Não explica a continuidade da estrutura econômica nem o papel do capital britânico.
D — incorreta: descreve a ruptura como revolucionária em favor dos não-proprietários (fim da escravidão, reforma agrária, voto universal). Isso contradiz a realidade histórica: as elites mantiveram poder e projetos sociais populares não foram implementados de imediato.
E — incorreta: exagera o papel decisivo da maioria não-proprietária em derrubar a ordem e afirma que o projeto atendeu igualmente criollos e ingleses. A independência não resultou em projeto inclusivo nem beneficiou igualmente as populações.
Dica para provas: busque palavras-chaves como mantém, aboliu, revolucionária e compare com fatos históricos (datas de abolição, presença de capitais britânicos, ausência de reforma agrária). Alternativas que afirmam reformas sociais abrangentes logo após a independência costumam ser falsas.
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