Se o Ocidente procurava, através de suas invasões sucessivas, conter o impulso do Islã, o resultado foi exatamente o inverso.
Amin Maalouf, As Cruzadas vistas pelos árabes.
São Paulo: Brasiliense, p.241, 2007.
Um exemplo do “resultado inverso” das Cruzadas foi a
Amin Maalouf, As Cruzadas vistas pelos árabes.
São Paulo: Brasiliense, p.241, 2007.
Um exemplo do “resultado inverso” das Cruzadas foi a
Gabarito comentado
Resposta correta: B
Tema central: consequências das Cruzadas para o mundo muçulmano e europeu — especialmente como tentativas de conter o Islã acabaram estimulando a reorganização política-militar dos povos muçulmanos, culminando no fortalecimento que permitiu avanços posteriores (ex.: expansão otomana contra o Império Romano do Oriente).
Resumo teórico: as Cruzadas (séculos XI–XIII) criaram estímulos políticos e militares entre as elites muçulmanas. Líderes locais (Zengi, Nur ad-Din, Saladino) promoveram unificação e profissionalização militar para enfrentar os cruzados. A longo prazo, outros poderes muçulmanos — notadamente os otomanos — se organizaram, adotaram inovações militares (incl. uso de artilharia e formação de exércitos permanentes) e expandiram-se, culminando na queda de Constantinopla (1453) e nas conquistas nos séculos XV–XVI (ver Maalouf; Britannica: “Ottoman Empire”).
Por que a alternativa B é correta: ela expressa a ideia de “resultado inverso” descrita por Maalouf — as invasões ocidentais não contiveram o Islã, mas contribuíram para a maior organização militar dos muçulmanos e seu posterior avanço sobre o Império Romano do Oriente (queda de Constantinopla e expansão otomana nos séculos XV–XVI). Fontes: Amin Maalouf, As Cruzadas vistas pelos árabes; síntese histórica sobre o Império Otomano (Britannica; Inalcik).
Análise das alternativas incorretas:
A — incorreta. Não houve difusão significativa do islamismo no interior dos Reinos Francos nem queda imediata do Império Carolíngio por causa das Cruzadas. O declínio carolíngio tem outras causas (fragmentação interna, invasões vikings).
C — incorreta e anacrônica. “Reação terrorista” é conceito moderno; as Cruzadas não produziram uma resposta organizada que ameaçasse imediatamente o Império Britânico na Ásia (este só surge como potência expansionista séculos depois).
D — incorreta. Os cruzados não controlaram amplamente Irã e Iraque; suas ações concentraram-se no Levante. A resistência muçulmana foi significativa, mas a descrição está deslocada geograficamente.
E — parcialmente verdadeira no sentido de trocas culturais a longo prazo, mas não corresponde ao sentido que Maalouf dá por “resultado inverso” (ele enfatiza reações políticas/militares, não apenas influências culturais superficiais).
Dica de prova: cheque temporalidade e atores citados; desconfiar de alternativas anacrônicas ou vagamente formuladas. Priorize consequências políticas/militares quando o enunciado fala de “impulso” e “invasões”.
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