Leia os fragmentos:
As três Guerras Púnicas contra Cartago duraram um século inteiro, e os
romanos acabaram por não aceitar nada menos do que a destruição total.
Delenda est Carthago. Após três anos de cerco e de combate porta a porta,
desde as muralhas externas até a cidade central, apenas uns 50.000 dentre
o meio milhão de cartagineses sobreviveram, sendo vendidos como escravos no ano de 146 a.C. Não apenas a cidade foi arrasada, ficando proibida
qualquer habitação humana, como os sacerdotes romanos dedicaram solenemente as ruínas aos deuses dos reinos inferiores.
(FRIEDRICH, Otto. O fim do mundo. RJ: Record, 2000, p. 34.)
Porém, a Cidade do México, como Tenochtitlán passou a ser chamada pelos
espanhóis, não era igual à antiga. Seu centro foi ocupado por igrejas católicas e casas com arquitetura europeia. [...] Dessa maneira ficava evidente
dente quem eram os novos donos da terra. [...] [Hernán Cortez, o conquistador de Tenochtitlán] ordenou o levantamento da cidade e assentou as bases
da organização política que permitiu a implantação da língua, da religião
e da agricultura espanhola na região.
(MORAIS, Marcus Vinícius de. Hernán Cortez –
civilizador ou genocida? SP: Contexto, 2011, p. 124-130.)
Tomando por base o conteúdo retratado nos fragmentos, julgue as afirmativas abaixo:
I. A destruição do patrimônio cultural, em regiões dominadas por grandes potências, visa a desmoralização de seu povo e a concretização de
sua conquista.
II. Apesar de violentas, as conquistas de grandes potências sobre povos
inferiores, acaba promovendo uma evolução das populações culturalmente atrasadas.
III. As conquistas militares, ao longo da história, promoveram um fusão dos
padrões culturais dos conquistadores e dos conquistados, o que garantiu
a preservação das culturas nativas.
Estão corretas:
Leia os fragmentos:
As três Guerras Púnicas contra Cartago duraram um século inteiro, e os romanos acabaram por não aceitar nada menos do que a destruição total. Delenda est Carthago. Após três anos de cerco e de combate porta a porta, desde as muralhas externas até a cidade central, apenas uns 50.000 dentre o meio milhão de cartagineses sobreviveram, sendo vendidos como escravos no ano de 146 a.C. Não apenas a cidade foi arrasada, ficando proibida qualquer habitação humana, como os sacerdotes romanos dedicaram solenemente as ruínas aos deuses dos reinos inferiores.
(FRIEDRICH, Otto. O fim do mundo. RJ: Record, 2000, p. 34.)
Porém, a Cidade do México, como Tenochtitlán passou a ser chamada pelos espanhóis, não era igual à antiga. Seu centro foi ocupado por igrejas católicas e casas com arquitetura europeia. [...] Dessa maneira ficava evidente dente quem eram os novos donos da terra. [...] [Hernán Cortez, o conquistador de Tenochtitlán] ordenou o levantamento da cidade e assentou as bases da organização política que permitiu a implantação da língua, da religião e da agricultura espanhola na região.
(MORAIS, Marcus Vinícius de. Hernán Cortez – civilizador ou genocida? SP: Contexto, 2011, p. 124-130.)
Tomando por base o conteúdo retratado nos fragmentos, julgue as afirmativas abaixo:
I. A destruição do patrimônio cultural, em regiões dominadas por grandes potências, visa a desmoralização de seu povo e a concretização de sua conquista.
II. Apesar de violentas, as conquistas de grandes potências sobre povos inferiores, acaba promovendo uma evolução das populações culturalmente atrasadas.
III. As conquistas militares, ao longo da história, promoveram um fusão dos padrões culturais dos conquistadores e dos conquistados, o que garantiu a preservação das culturas nativas.
Estão corretas:
Gabarito comentado
Resposta: A — I apenas.
Tema central: patrimônio cultural e estratégias simbólicas de dominação em conquistas militares (ex.: Cartago e Tenochtitlán). A questão exige identificar efeitos intencionais da destruição cultural e distinguir interpretações históricas complexas (eurocentrismo, sincretismo, genocídio cultural).
Resumo teórico breve: Conquistas militares frequentemente usam a destruição ou substituição de símbolos públicos (templos, centros urbanos) para legitimar novo poder e desmoralizar o vencido — tática documentada desde antiguidade (ex.: Cato e o fim de Cartago; fontes clássicas: Políbio, Plutarco e Tito Lívio). A historiografia sobre América espanhola mostra tanto violência e apagamento cultural (queimadas de códices, demolição de templos) quanto processos de sincretismo e aculturação; porém, sincretismo não significa preservação plena das culturas originais (ver Bernal Díaz, cartas de Cortés, e estudos contemporâneos).
Justificativa da alternativa correta (I): A afirmação I diz que a destruição do patrimônio visa desmoralizar e consolidar a conquista — corresponde diretamente ao conteúdo dos fragmentos (Cartago erradicada; Tenochtitlán transformada em centro cristão). É uma interpretação histórica válida e respaldada por fontes e por conceitos de dominação simbólica.
Análise das incorretas:
II — Errada. A frase apresenta teleologia progressista: “conquistas promovem evolução das populações culturalmente atrasadas”. Isso reproduz justificação ideológica do colonialismo. Há trocas culturais, mas não existe uma evolução automática moral ou técnica imposta pela violência; muito frequentemente há perda, imposição e desigualdade.
III — Errada. A afirmação exagera: conquistas por vezes geram fusão cultural, mas afirmar que garantiram a preservação das culturas nativas é falso. Muitas práticas, línguas e saberes foram destruídos ou profundamente transformados; o sincretismo é seletivo, não sinônimo de preservação integral.
Dica para provas: Cuidado com termos absolutos (“garantiu”, “promoveu uma evolução”) — alternativas que generalizam e têm tom teleológico costumam ser incorretas. Busque evidência direta nos fragmentos e avalie palavras-chave.
Fontes sugeridas: Políbio/Lívio (antiguidade sobre Cartago); cartas de Cortés e Bernal Díaz; UNESCO — Convenção sobre a Proteção do Patrimônio Mundial (1972) para contexto moderno sobre importância do patrimônio.
Gostou do comentário? Deixe sua avaliação aqui embaixo!





