Segundo o historiador Jacques Le Goff, ao longo dos caminhos que percorre e por onde transporta suas mercadorias, o comerciante encontra muitos obstáculos. Antes de tudo, obstáculos naturais. Depois, a insuficiência dos meios de transporte. Acrescente-se a isso a insegurança, os bandidos... Acrescente-se, muito especialmente, por serem mais frequentes e mais regulares, os impostos e direitos e os pedágios de todos os tipos que os senhores feudais, as cidades ou as comunidades cobravam para se atravessar uma ponte, se cruzar um rio ou para simplesmente transitar através de suas terras, em tempos de extremo parcelamento territorial e descentralização política.

As condições descritas no texto permitem associá-lo

Alternativa correta: C - à Europa Cristã, século XIII.

Tema central: trata-se da organização socioeconômica e política da Europa medieval: fragmentação feudal, insegurança nas vias e cobrança de pedágios e direitos por senhores locais, fatores que afetavam o comércio terrestre.

Resumo teórico e contexto: No Alto e Baixo Médio Âge (séculos XI–XIII) houve crescimento do comércio continental, mas em um quadro político descentralizado: senhores feudais detinham poder local, cidades e bispados também impunham taxas. As rotas eram precárias, violência e bandidos eram comuns, e o transporte era limitado por meios tecnológicos (carroças, cavalos). Esse quadro é descrito por historiadores medievais como Jacques Le Goff.

Por que a alternativa C é correta: a descrição — pedágios frequentes, fragmentação territorial e insegurança nas estradas — é típica da Europa Cristã medieval, especialmente nos séculos XII–XIII, quando o comércio revive mas ainda sofre essas restrições. Jacques Le Goff é referência justamente para esse período (historiador medieval).

Análise das alternativas incorretas:
A - Egito Faraônico: Estado altamente centralizado; transporte fluvial pelo Nilo era organizado e pouco caracterizado por múltiplos pedágios locais cobrados por senhores feudais.
B - Império Romano, século II: período da Pax Romana com estradas públicas bem mantidas e segurança relativa para o comércio; o Estado romano controlava impostos, não o tipo de multiplicidade de senhores locais descrita.
D - Península Ibérica, século XVI: era já a Idade Moderna, com monarquias centralizadoras (Espanha/Portugal) e forte expansão marítima; cobrança de tributos mudou de prática feudal para impostos reais e aduaneiros, contexto distinto.
E - França, século XVII: sob absolutismo (Luis XIV fim do século XVII) houve crescente centralização estatal, redução do poder feudal direto e controle fiscal real — incompatível com o quadro de fragmentação e pedágios locais descrito.

Estratégias de interpretação:
- Procure palavras-chave: senhores feudais, pedágios, parcelamento territorial indicam Idade Média europeia.
- Desconfie de alternativas com centralização estatal (Faraó, Império Romano, monarquias modernas) — elas não combinam com fragmentação feudal.
- Conecte o autor citado (Le Goff) ao período que estuda: medievalismo.

Fonte recomendada: Jacques Le Goff, estudos sobre a sociedade medieval e a economia dos séculos XI–XIII; manuais de História Medieval para concursos.

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