Leia o trecho abaixo.

A despeito de instituições intervencionistas como o Comitê de Alimentos do Reich, Hitler e a liderança nazista em geral tentaram administrar a economia por meio de um controle rígido do mercado econômico em vez de nacionalização ou tomadas de controle estatais diretas. (...). Além disso, o Ministério da Economia insistiu ativamente na criação de cartéis em áreas-chave, de modo a facilitar ao Estado a direção e o monitoramento de aumentos na produção relacionada à guerra. A despeito desse aumento da intervenção estatal, conforme os porta-vozes nazistas insistiam repetidamente, a Alemanha permaneceria uma economia de livre mercado, na qual o Estado proporcionava liderança e estabelecia as metas primárias.

EVANS, Richard J. O Terceiro Reich no Poder, vol. 2. São Paulo: Planeta, 2010. p. 384.

O trecho faz menção à política econômica implementada pelo nazismo na Alemanha da década de 1930.

Assinale a alternativa que indica essa política.

Alternativa correta: D

Tema central: A questão trata da política econômica do nazismo na Alemanha dos anos 1930 — um modelo em que o Estado intervém e disciplina a economia sem promover ampla estatização, mantendo propriedades privadas e o mercado capitalista sob direção estatal.

Resumo teórico rápido: O regime nazista adotou uma economia de caráter dirigista (estado direcionando metas), com instrumentos como consumo de cartéis, planos (ex.: Plano de Quatro Anos de 1936) e controles administrativos. Havia intervenção forte para fins rearmamentistas e autossuficiência, mas não expropriação generalizada das empresas privadas nem socialização ao estilo soviético (ver: R. J. Evans, O Terceiro Reich no Poder, 2010).

Por que a alternativa D é correta: D afirma: “Coordenação de algumas atividades econômicas pelo Estado, com manutenção de uma economia capitalista de livre mercado.” Isso sintetiza precisamente o modelo nazista: manutenção da propriedade privada, criação de cartéis supervisionados, metas estatais e controles para preparar a economia para a guerra — intervenção seletiva e orientadora, não estatização total.

Análise das alternativas incorretas:

A — Venda de todas as empresas públicas
Errada: não houve privatização massiva dessa natureza; muitas indústrias permaneceram privadas e o Estado privilegiou controle e contratos sobre venda total.

B — Estatização total e modelo soviético
Errada: contradiz o fato central — o nazismo manteve propriedade privada e rejeitou o modelo soviético de planificação coletiva e expropriação generalizada.

C — Desindustrialização massiva
Errada: o regime buscou exatamente o oposto: rearmamento e aumento da produção industrial, não sua redução.

E — Administração por conselhos de trabalhadores
Errada: isso remete a modelos socialistas/operários (soviets/conselhos) que eram rejeitados pelo nazismo; o controle era estatal e empresarial, não por conselhos de trabalhadores.

Dica de interpretação para concursos: Procure palavras-chave no enunciado: “controle rígido do mercado”, “cartéis”, “liderança estatal” indicam direção estatal sem estatização. Desconfie de alternativas extremas (sempre/totalmente/nunca) e de termos que evocam outro sistema (soviético, conselhos operários).

Fontes sugeridas: Richard J. Evans, O Terceiro Reich no Poder (2010); William L. Shirer, The Rise and Fall of the Third Reich.

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