Segundo o historiador Fernando Novais, o pacto colonial “define o sistema colonial porque é através dele que as colônias preenchem sua
função histórica, isto é, respondem aos estímulos que lhes deram origem, que formam a sua razão de ser, enfim, que lhes dão sentido".
(NOVAIS, Fernando A. O Brasil nos quadros do Antigo Sistema Colonial. In: MOTA, Carlos Guilherme (org.). Brasil em perspectiva. São Paulo: Difusão Europeia
do Livro, 1973, p. 47-63.)
Considerando as ideias expostas, é correto afirmar que a exploração açucareira, no nordeste do Brasil Colonial,
(NOVAIS, Fernando A. O Brasil nos quadros do Antigo Sistema Colonial. In: MOTA, Carlos Guilherme (org.). Brasil em perspectiva. São Paulo: Difusão Europeia do Livro, 1973, p. 47-63.)
Considerando as ideias expostas, é correto afirmar que a exploração açucareira, no nordeste do Brasil Colonial,
Gabarito comentado
Alternativa correta: D
Tema central: o enunciado trata do pacto colonial e da adequação da exploração açucareira nordestina ao modelo mercantilista português — isto é, se a atividade obedecia aos objetivos da metrópole e ao funcionamento do sistema colonial.
Resumo teórico: o pacto colonial refere‑se ao conjunto de práticas e instituições que subordinavam as colônias aos interesses econômicos da metrópole: monopólio comercial, exportação de produtos primários e importação de manufaturados, favorecimento da acumulação de capitais na metrópole (Novais). No Brasil colonial, o açúcar tornou‑se produto de exportação de alto valor, produzido em latifúndios por monocultura intensiva e com uso extensivo de escravidão africana — características que se alinham à lógica mercantilista de produção para o mercado externo (Celso Furtado; Fernando Novais).
Por que a alternativa D é correta: a cana-de-açúcar no Nordeste funcionou como empreendimento colonial típico: latifúndio, monocultura e trabalho escravo formaram o tripé produtivo. O açúcar era muito demandado nos mercados europeus e gerava lucros que, direta ou indiretamente, alimentavam o sistema mercantil (exportações controladas, comércio monopolizado e remessas de capitais e bens). Assim, a atividade atendeu plenamente à lógica mercantilista do pacto colonial (cf. Novais, 1973; Furtado, 1959).
Análise das alternativas incorretas:
A — incorreta: a montagem açucareira privilegiou os interesses metropolitanos (mercados europeus, monopólio comercial) tanto quanto aproveitou condições locais; não foi exceção ao pacto colonial.
B — incorreta: embora senhores de engenho enriquecessem, os fluxos comerciais, monopólio e intermediação metropolitana garantiam que parte significativa dos ganhos e do controle econômico favorecesse a metrópole; não houve contradição fundamental com o mercantilismo.
C — incorreta: a escolha do açúcar não se deu por baixos investimentos iniciais — pelo contrário, engenhos, moendas e estruturas exigiam capital. A lógica foi a de exportar um produto lucrativo, não reduzir custos iniciais.
E — incorreta: a mão de obra indígena foi progressivamente substituída pela africana devido à mortalidade indígena, fugas e resistência; a escravidão africana foi central no sistema açucareiro.
Estratégia de prova: identifique termos-chave (pacto colonial, mercantilismo, latifúndio/monocultura/escravidão) e relacione-os ao papel da colônia no mercado externo. Desconfie de alternativas que subestimem o papel metropolitano ou que apresentem contradições históricas sobre trabalho e investimento.
Fontes sugeridas: Fernando A. Novais, "O Brasil nos quadros do Antigo Sistema Colonial"; Celso Furtado, "Formação Econômica do Brasil".
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