A miséria no Brasil foi resultante de um longo processo histórico, originado no modelo de colonização. Podemos afirmar que escravos, escravas, os homens e mulheres livres e pobres eram miseráveis na sociedade colonial. Sobre o segmento de livres pobres é correto afirmar que:
Gabarito comentado
Resposta correta: Alternativa B
Tema central: a existência e a condição dos livres pobres na sociedade colonial brasileira — grupo numeroso, essencial para entender a estrutura social pós-colonial e a longa persistência da pobreza.
Resumo teórico: Na colônia havia mais que apenas senhores e escravos: havia uma massa de livres pobres (homens e mulheres) que vivia da economia informal, do trabalho artesanal, do comércio ambulante, da lavoura de subsistência e de serviços urbanos. Eram juridicamente livres, mas frequentemente desprovidos de terras e renda estável, sujeitos à precariedade econômica e social (ver: Caio Prado Júnior, Formação do Brasil Contemporâneo; Boris Fausto, História do Brasil).
Por que B é correta: A alternativa descreve com precisão ocupações e funções típicas desses livres pobres — artesãos, pequenos vendedores, trabalhadores de construção, milicianos, bandeirantes/entradas em contextos regionais. Aponta também sua condição de “desclassificados” frente ao sistema escravocrata: liberdade civil sem garantia de propriedade ou status econômico.
Análise das incorretas:
A — Errada: afirma benevolência das elites que evitaria miséria. Isso é uma generalização equivocada; a conciliação ocasional existiu (clientelismo), mas não impediu a pobreza estrutural.
C — Errada: confunde liberdade formal com posse de bens e prestígio. A maioria dos livres pobres não detinha propriedade nem títulos; prestígio era exceção, não regra.
D — Errada: generaliza o ganho na mineração. Embora alguns se enriqueceram nas áreas auríferas, a maioria dos livres pobres manteve condições precárias; a mineração gerou também forte povoamento pobre.
E — Errada: nega a existência dos livres pobres. Fontes históricas mostram claramente a presença desse segmento entre escravos e senhores.
Dica de interpretação: Desconfie de termos absolutos (sempre, invariavelmente, não havia). Procure elementos factuais sobre ocupações e posição social — alternativa correta costuma corresponder à descrição plural e documentada do grupo.
Fontes sugeridas: Caio Prado Júnior, Formação do Brasil Contemporâneo; Boris Fausto, História do Brasil; estudos sobre trabalho e pobreza colonial (bibliografia universitária sobre escravidão e sociedade colonial).
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