O Império Romano do Ocidente sofre a sua desintegração a partir do século IV da era cristã, ao tempo que avançam os povos bárbaros, como
eram chamados aqueles que não pertenciam ao mundo romano. Quanto aos “bárbaros” é correto afirmar:
Gabarito comentado
Alternativa correta: C
Tema central: a queda do Império Romano do Ocidente e as migrações/entradas dos povos “bárbaros” (germânicos, hunos, vândalos, ostrogodos, visigodos etc.). É essencial entender que essas movimentações ocorreram por combinação de fatores — pressões externas (ex.: hunos), crise interna romana, acordos diplomáticos e assentamentos oficiais (foederati).
Resumo teórico: no século IV–V, o Império Romano sofreu instabilidade política, militar e econômica. Muitos grupos além das fronteiras buscavam terras e proteção; alguns cruzaram as fronteiras com consentimento ou como foederati (assentamentos negociados), outros invadiram. Elites bárbaras frequentemente assimilaram costumes romanos (lingua, cristianismo, direito) enquanto mantinham elementos de direito consuetudinário — por isso houve processos de fusão cultural e legal, não uma separação radical.
Por que a alternativa C é correta: ela reconhece que, com o aprofundamento da crise imperial, integrantes de tribos bárbaras passaram a entrar no território romano muitas vezes de forma pacífica ou negociada — por exemplo, a entrada dos visigodos em 376 como refugiados e a concessão de assentamento como foederati. Fontes úteis: Peter Brown, The World of Late Antiquity; Encyclopaedia Britannica (entries sobre “barbarian invasions” e “foederati”).
Análise das alternativas incorretas:
A — incorreta: os hunos eram uma federação nômade da Ásia Central cujas incursões pressionaram outros povos, gerando deslocamentos. Não foram uma entrada pacífica convivendo harmonicamente com os germânicos.
B — incorreta: os “bárbaros” frequentemente adotaram costumes romanos (cristianização, uso do latim nas elites, funções militares e administrativas), formando uma síntese cultural e institucional.
D — incorreta: o renascimento carolíngio (século VIII–IX) buscou revitalizar a cultura clássica e a educação monástica — apoiou copistas e preservação de textos clássicos, não sua condenação.
E — incorreta: embora o direito romano tenha sido referência, o direito consuetudinário tribal persistiu (ex.: Leis dos salianos, visigóticas); houve mesclas e aplicações de leis pessoais, não uma extinção completa dos costumes.
Dica de interpretação: procure palavras absolutas (sempre/nunca, total/inteira) que costumam indicar erro; identifique termos técnicos (foederati, assentamento, consuetudinário) e lembre-se da nuance histórica — muitas entradas foram negociadas, outras foram violentas.
Fontes sugeridas: Peter Brown, The World of Late Antiquity; Encyclopaedia Britannica (entries sobre “Barbarian invasions”, “Foederati”), Walter Pohl (sobre etnicidade bárbara).
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