A Confederação do Equador de 1824 é um marco na luta social contra o absolutismo monárquico. Amplas
camadas da população local participaram do conflito. Comerciantes, padres, militares, negros e pardos, e
até senhores de engenho se envolveram no conflito que opôs setores da população pernambucana à
Monarquia de D. Pedro I. Sobre os pensamentos que fundamentaram a luta dos revoltosos, é CORRETO
afirmar que foram ideias
Gabarito comentado
Alternativa correta: A — Ideias liberais e constitucionalistas.
Tema central: a Confederação do Equador (1824) expressa a reação contra a centralização autoritária da Constituição de 1824 e contra o governo centralizado de D. Pedro I. Para responder, é preciso identificar a matriz ideológica do movimento: liberalismo político e defesa de constituições e de autonomia provincial.
Resumo teórico: o liberalismo pós‑iluminista — influenciado pela Revolução Francesa e pelos EUA — defendia direitos civis, limitação do poder monárquico e constituições escritas. No Brasil imperial, setores oligárquicos e a camada média urbana reagiram à concentração de poderes imposta pela Constituição de 1824, organizando movimentos com conteúdo liberal/constitucionalista. (Ver: Constituição de 1824; estudos de José Murilo de Carvalho e Emília Viotti da Costa.)
Por que A está correta: os revoltosos reivindicavam uma ordem política baseada em constituições e maior autonomia provincial, inspiradas em princípios iluministas e liberais. A mobilização envolveu elites locais e grupos urbanos que queriam limitar o poder do Imperador e instituir garantias políticas — postura tipicamente liberal/constitucionalista.
Por que as outras estão erradas:
B (absolutistas moderadas): contraditória — quem luta contra o centralismo absolutista não pode ser chamado de absolutista; a demanda era por limitação do poder real, não por reforçá‑lo.
C (socialistas): o socialismo como corrente organizada surge só mais adiante no século XIX; a presença de negros, pardos ou padres não transforma o movimento em socialista nem implica programa antiescravista.
D (inspiradas na Igreja): a participação de alguns padres foi local e individual; a Igreja institucional não orientou o movimento nem buscava romper com monarquias europeias nesse sentido.
E (anarquistas): anarquismo organizado também não é característico do período; além disso, a pauta central não foi o fim imediato da escravidão.
Dica de prova: identifique no enunciado expressões como “pensamentos que fundamentaram” e relacione com correntes políticas históricas (Iluminismo → liberalismo/constitucionalismo). Desconfie de alternativas que anacronicamente atribuam ideologias que surgiram depois (ex.: socialismo organizado, anarquismo de massa).
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