[...] no início do século XVI a Coroa parecia proteger a burguesia, isso era feito para conseguir reforço contra as casas feudais ainda existentes, o que explica o acordo inicial entre a Coroa e o Parlamento – que representava principalmente os comerciantes e grandes proprietários de terra. Havia ainda os inimigos externos, principalmente a Espanha. Pouco a pouco, contudo, todos eles foram sendo exterminados – interna e externamente – e a lua-de-mel entre a monarquia e o Parlamento, que sob os Tudor raramente se reunia, aprovando sempre a política real, chegou ao fim. Os interesses opostos das duas partes vieram à tona e, quando teve início o reinado da dinastia Stuart, Jaime I (1603-1625) e Carlos I (1625-1649) tiveram de enfrentar a forte oposição do Parlamento.
MICELI, Paulo. As revoluções burguesas. São Paulo: Atual, 1987, p. 25 e 26.
A oposição descrita no texto, que culminou na Revolução Puritana (1642-1651), decorreu da insatisfação do Parlamento quanto às seguintes medidas adotadas pela monarquia:
MICELI, Paulo. As revoluções burguesas. São Paulo: Atual, 1987, p. 25 e 26.
Gabarito comentado
Resposta correta: Alternativa A
Tema central: a crise entre a monarquia Stuart e o Parlamento inglês que levou à Guerra Civil (Revolução Puritana, 1642–1651). É preciso conhecer medidas financeiras e religiosas de Jaime I e Carlos I (monopólios, impostos extraordinários, imposição do anglicanismo à Escócia) e episódios políticos decisivos (tentativa de prender líderes do Parlamento).
Resumo teórico rápido: Depois dos Tudor houve tensão entre rei (defensor do direito divino) e Parlamento (representando burguesia e latifundiários). Carlos I buscou receitas e uniformidade religiosa: fez concessões de monopólios, imposição do anglicanismo (Book of Common Prayer na Escócia), cobrança sem consentimento parlamentar (ship money, forced loans) e medidas autoritárias (entrada no Parlamento em 1642 para prender os “Five Members”). Essas práticas geraram oposição e eclosão do conflito.
Por que A está certa: A reúne ações reais históricas: concessão de monopólios e práticas econômicas arbitrárias; tentativa de impor o anglicanismo aos escoceses (provocando as Bishops’ Wars); arrecadação de impostos sem aprovação parlamentar (ship money e cobranças em port towns); e a invasão/tentativa de prender líderes no Parlamento por Carlos I (evento chave, jan. 1642). Fontes: Petition of Right (1628), caso John Hampden sobre ship money (1637), e relatos das Bishops’ Wars.
Análise das alternativas incorretas:
B — mistura fatos imprecisos: não houve expropriação maciça de camponeses como causa imediata; a industrialização ainda era incipiente; Carlos II (restauração, 1660) aparece indevidamente e sua ligação ao catolicismo não explica a Revolução Puritana.
C — anacrônico: referência à guerra de independência dos EUA (século XVIII) é fora de contexto; “subvenção territorial” e igualação fiscal não descrevem o cerne da disputa (a questão era tributação sem consentimento, não igualdade de impostos).
D — incorreto: Jaime I não criou um Conselho de Estado subordinado à Câmara dos Lordes; ao contrário, buscou reforçar o poder real, o que agravou o conflito com o Parlamento.
E — errado sobre atores: levellers e diggers eram radicais que surgiram DURANTE/DEPOIS da guerra e não fizeram acordos com a monarquia; presbiterianos eram um grupo distinto e, em muitos casos, também adversários da coroa ou negociadores do Parlamento, não uma aliança monárquica estável.
Dica de prova: procure anacronismos (datas, guerras), identifique personagens (James I, Charles I) e medidas-chave (ship money, Book of Common Prayer, tentativa de prender os Five Members). Esses termos costumam ser “ganchos” das alternativas corretas.
Principais referências: Miceli, Paulo, As revoluções burguesas; documentos: Petition of Right (1628); estudos: Lawrence Stone; Christopher Hill.
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