Leia a notícia abaixo.
“França proíbe o uso do véu islâmico em locais
públicos – Projeto de lei veta traje que cobre
todo o corpo e/ou deixa só olhos à mostra. A
França está prestes a entrar para o grupo de
países europeus que decidiu proibir o uso do
véu islâmico em locais públicos. A Câmara Baixa
francesa aprovou, com 335 votos a favor e um
contra, o projeto de lei que proíbe o uso da
burca (cobre todo o corpo e rosto) ou o niqab
(deixa apenas os olhos à mostra). O texto foi
aprovado na última segunda-feira pelos
deputados da maioria conservadora da União
por Movimento Popular (UMP), sem a presença
dos socialistas, que já haviam alertado que não
participariam da votação. O projeto segue para
o voto no Senado em setembro, onde se espera
que passe facilmente. A medida conta com o
apoio da população francesa, segundo
pesquisas divulgadas nas últimas semanas, mas
atrai críticas do mundo muçulmano.”
(Disponível em:
http://www.clicrbs.com.br/especial/rs/donna/19,206,2970
825,Franca-proibe-o-uso-do-veu-islamico-em-locaispublicos.html)
Com base na notícia, analise as proposições
abaixo.
I. Fica clara a influência da religião islâmica no
Estado Francês, que se mostra preocupado
em manter as especificidades da cultura
religiosa islâmica.
II. A medida de proibição que conta com apoio
da população francesa está relacionada à
democracia e ao ideal republicanos que os
franceses alimentam, construídos desde a
Revolução Francesa, e que separou o
Estado de quaisquer manifestações de
religiosidade.
III. Os franceses são antiterroristas e, por isso,
querem impedir o crescimento do
islamismo naquele país, pois para os
franceses um religioso islâmico é sempre
um terrorista.
IV. Os franceses são contra o uso do véu em
lugares públicos porque ele seria um
símbolo da subserviência feminina.
Assinale a alternativa correta.
Leia a notícia abaixo.
“França proíbe o uso do véu islâmico em locais públicos – Projeto de lei veta traje que cobre todo o corpo e/ou deixa só olhos à mostra. A França está prestes a entrar para o grupo de países europeus que decidiu proibir o uso do véu islâmico em locais públicos. A Câmara Baixa francesa aprovou, com 335 votos a favor e um contra, o projeto de lei que proíbe o uso da burca (cobre todo o corpo e rosto) ou o niqab (deixa apenas os olhos à mostra). O texto foi aprovado na última segunda-feira pelos deputados da maioria conservadora da União por Movimento Popular (UMP), sem a presença dos socialistas, que já haviam alertado que não participariam da votação. O projeto segue para o voto no Senado em setembro, onde se espera que passe facilmente. A medida conta com o apoio da população francesa, segundo pesquisas divulgadas nas últimas semanas, mas atrai críticas do mundo muçulmano.”
(Disponível em: http://www.clicrbs.com.br/especial/rs/donna/19,206,2970 825,Franca-proibe-o-uso-do-veu-islamico-em-locaispublicos.html)
Gabarito comentado
Resposta correta: B — Somente a afirmativa II é verdadeira.
Tema central: laicidade (laïcité) e as políticas públicas francesas sobre símbolos religiosos no espaço público. Para responder é preciso relacionar a notícia com a tradição republicana francesa (séculos XIX–XX) de separar Estado e religião e com leis concretas que regulam essa separação.
Resumo teórico e contexto: a França desenvolveu desde a Revolução um ideal republicano de esfera pública secular. Marco legal: Loi du 9 décembre 1905 (separação Igreja–Estado), a loi du 15 mars 2004 (proibição de sinais religiosos ostensivos nas escolas públicas) e a loi n°2010-1192 du 11 octobre 2010 (proibição de dissimular o rosto em espaços públicos). Essas normas explicam medidas que regulam manifestação religiosa visível no espaço público (fontes: textos legais disponíveis em Legifrance).
Por que a alternativa II é correta: a afirmação liga a proibição ao ideal republicano de neutralidade estatal e à laicidade consolidada desde a Revolução e pela legislação posterior. A notícia mostra ação do Estado visando a neutralidade do espaço público, o que concorda com a tradição francesa de separar Estado e manifestações religiosas — logo, II é justificável historicamente e juridicamente.
Análise das alternativas incorretas:
I — Falsa. A frase afirma que há "influência da religião islâmica no Estado francês" e que o Estado quer manter especificidades islâmicas. Pelo contrário: a medida mostra o Estado regulando (limitando) manifestações islâmicas no espaço público, não favorecendo-as.
III — Falsa. Afirmação generalizadora e dedutiva: “os franceses são antiterroristas... porque para os franceses um religioso islâmico é sempre um terrorista.” A notícia não sustenta essa conclusão; a proibição fundamenta-se em laicidade e ordem pública, não numa equivalência simplista entre islamismo e terrorismo.
IV — Parcial/insuficiente. É verdade que debates justificam a proibição com argumentos sobre emancipação feminina; porém a afirmação apresenta uma razão absoluta (“Os franceses são contra... porque...”) tornando-a demasiado categórica. A oposição pública é multifacetada (laicidade, segurança, igualdade de gênero), portanto IV não pode ser tomada como universalmente verdadeira.
Dica de interpretação: procure no enunciado palavras sobre causa e finalidade; relacione com contexto histórico e leis; evite generalizações e alternativas que atribuem motivos únicos a processos complexos.
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