Questão 6d89bb9c-d9
Prova:FASM 2014
Disciplina:Português
Assunto:Por que- porque/ porquê/ por quê, Interpretação de Textos, Ortografia, Problemas da língua culta, Coesão e coerência, Sintaxe, Concordância verbal, Concordância nominal, Acentuação Gráfica: acento diferencial

Assinale a alternativa em que a frase elaborada a partir das ideias do texto está de acordo com a norma-padrão.

Leia o texto para responder à questão.


“Optical Parking System”

    Está nas páginas das revistas especializadas em automóveis uma peça publicitária de um veículo produzido por uma das multinacionais com fábrica no Brasil: “Optical Parking System”. A maravilhosa engenhoca é um dos equipamentos do veículo.
    O caro leitor sabe o que vem a ser o bendito “Optical Parking System”? Bem, para ser justo, convém dizer que o próprio anúncio explica (quase em português): “Display do sensor de estacionamento”. Para quem não entendeu, explico: na tradução, foi empregada a palavra “display”, que talvez pudesse ser substituída por “mostrador”, “painel” ou sabe Deus o quê.
    Antes que alguém se empolgue e comece a pensar que este texto é um manifesto contra todo e qualquer estrangeirismo ou a favor de purismos linguísticos, vou logo dizendo: devagar com o andor, por favor.
    Nada de pensar que temos de trocar “futebol” por “ludopédio”, “bola-pé” etc. ou que temos de banir termos mais do que consagrados como “show”, “gol” ou “know-how”.
    O problema é outro. Mais precisamente, é a bizarrice de certos usos de estrangeirismos. Se um publicitário usa “target” no seu meio profissional, vá la. Qualquer publicitário sabe o que é isso, mas quem não é do ramo não tem nenhuma obrigação de saber o que é essa bobagem, sobretudo porque há na língua materna o termo “alvo”, que é absolutamente equivalente e infinitamente mais conhecido.
    Voltemos ao “Optical Parking System”. Não lhe parece bizarro, caro leitor, que a peça publicitária se valha de uma expressão alienígena, pouco compreensível para muita gente, e (bizarrice das bizarrices) imediatamente a apresente mais ou menos traduzida? Sob o ponto de vista da comunicação, não seria mais eficiente e racional apresentar a informação só em português mesmo?
    Aliás, por que será que as fábricas de automóveis instaladas no Brasil insistem em montar em seus produtos painéis com informações e respectivas abreviações em inglês? Será que nossa produção em larguíssima escala – somos ora o quarto, ora o quinto mercado do mundo – não justifica o custo de um painel tupiniquim?
    Que fique claro: isto nem de longe é um manifesto purista, xenófobo ou algo do gênero. O problema é outro; é o uso gratuito do estrangeirismo, o que quase sempre se dá por esnobismo ou tolice mesmo. Xô, complexo de vira-lata! É isso.
(Pasquale Cipro Neto. Folha de S.Paulo, 06.12.2012. Adaptado.)

A
Sob o ponto de vista da comunicação, a informação deve ser em português, por que é mais racional e eficiente.
B
As fábricas instaladas no Brasil insistem em montar painéis cujas as informações aparecem em inglês.
C
Além da publicidade, deve existir outras áreas profissionais em que termos estrangeiros são correntes.
D
Se algumas pessoas observarem atentamente os painéis dos veículos brasileiros, constatarão que eles mantêm termos em inglês.
E
Páginas de revistas especializadas em automóveis tem comentado sobre o novo equipamento de segurança.

Gabarito comentado

A
Anderson MaiaMonitor do Qconcursos

Gabarito Comentado – Interpretação e Gramática Normativa

Tema central: A questão avalia principalmente interpretação de texto e gramática normativa, com foco em concordância verbal, uso do pronome relativo "cujo" e diferença entre "por que" e "porque".

Análise da alternativa correta:

D) “Se algumas pessoas observarem atentamente os painéis dos veículos brasileiros, constatarão que eles mantêm termos em inglês.”

Esta alternativa está plenamente adequada à norma-padrão:

  • O verbo “mantêm” está corretamente flexionado no plural, acompanhando o sujeito “eles”.
  • Há coesão e clareza, respeitando a estrutura culta e o sentido do texto.

Segundo Bechara e Cunha & Cintra, a concordância verbal exige que “o verbo concorde sempre com o núcleo do sujeito”.

Análise das alternativas incorretas:

A) “... por que é mais racional e eficiente.”
Erro no uso do “por que”. O correto é “porque” junto, pois introduz explicação (“explicativa ou causal” – Cunha & Cintra). Exemplo correto: “A informação deve ser em português, porque é mais racional”.

B) “... painéis cujas as informações...”
Erro no uso do pronome relativo “cujo”: nunca deve haver artigo após “cujo”. O correto é “cujas informações”. Regra clássica em Bechara: “cujo” indica posse e é seguido diretamente do substantivo.

C) “deve existir outras áreas profissionais...”
Erro de concordância. O correto é “devem existir outras áreas...”, pois “áreas” está no plural. (Concordância verbal: o verbo no plural deve concordar com sujeito plural).

E) “Páginas de revistas... tem comentado...”
Uso incorreto do verbo “ter” no plural. O correto é “têm comentado”. “Tem” é singular, “têm” é plural (veja Moderna Gramática Portuguesa, Bechara).

Estratégia para a prova:

Atente-se às regras de concordância, ao uso dos pronomes relativos e às conjunções explicativas (“porque”). Palavras como “cujo” e flexões verbais são muito cobradas e frequentemente aparecem em “pegadinhas”. Leia cada alternativa conferindo, com atenção, a flexão dos verbos e a presença de pronomes ou partículas após pronomes relativos.

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