“As luzes se apagam em toda a Europa”, disse
Edward Grey, secretário das Relações Exteriores da
Grã-Bretanha, observando as luzes de Whitehall na
noite em que a Grã-Bretanha e a Alemanha foram à
guerra. “Não voltaremos a vê-las acender-se em
nosso tempo de vida” (Hobsbawm, Eric. A Era dos
Extremos, p.30). Essa frase de Edward Grey foi
profética a respeito da tragédia que desabava na
Europa, com a eclosão da Primeira Guerra Mundial.
Sobre a Primeira Guerra Mundial, é correto afirmar
que
Gabarito comentado
Alternativa correta: D
Tema central: causas da Primeira Guerra Mundial e motivo da entrada da Grã‑Bretanha no conflito. É preciso distinguir causas estruturais (imperialismo, alianças, nacionalismos, militarismo) do gatilho imediato (assassinato de Francisco Ferdinando) e dos fatores que levaram países neutros a intervir.
Resumo teórico: as causas da guerra são múltiplas e interligadas — rivalidades imperialistas, corrida armamentista, sistemas de alianças (Tríplice Entente vs. Tríplice Aliança), e crises balcânicas. O estopim foi o atentado de 1914, mas a execução do Plano Schlieffen (invasão da Bélgica) tornou a guerra pan‑europeia e provocou a reação britânica.
Fontes úteis: Tratado de Londres (1839) — garantia internacional da neutralidade belga; Christopher Clark, The Sleepwalkers (2012); Eric Hobsbawm, A Era dos Extremos; verbetes da Encyclopaedia Britannica sobre 1914–18.
Justificativa da alternativa D: a entrada britânica foi motivada pela violação da neutralidade belga. A Alemanha, aplicando o Plano Schlieffen, invadiu a Bélgica em agosto de 1914 para atingir a França rapidamente. A Grã‑Bretanha havia assinado o Tratado de Londres (1839), que garantia a neutralidade belga; a invasão forneceu fundamento legal e político para declarar guerra em 4 de agosto de 1914. Além disso, a opinião pública britânica e a preocupação estratégica com os portos do Canal reforçaram a decisão.
Análise das alternativas incorretas:
A — incorreta. A Alemanha tinha ambições continentais (por exemplo, Alsácia‑Lorena) e uma política colonial que tensionou as potências, mas não havia projeto conhecido de “tomar territórios da França no Norte da África”. Essa formulação é imprecisa e anacrônica.
B — incorreta. Áustria‑Hungria e Sérvia eram rivais após o assassinato do arquiduque; não eram aliadas. A aliança relevante foi entre a Áustria‑Hungria e a Alemanha de um lado e Sérvia apoiada pela Rússia do outro.
C — incorreta. A formulação confunde interesses: a Rússia tinha ambições balcânicas e interesse nos estreitos, mas não “avançar sobre os territórios dos Sérvios perto de Constantinopla” como causa direta inevitável. A frase é geograficamente e politicamente equivocada.
Dica de prova: busque termos factuais (datas, tratados, alianças, invasões). Alternativas com erros de geografia, de alianças ou com afirmações muito genéricas costumam ser descartadas. Identifique o que é causa estrutural e o que foi gatilho/justificativa imediata para a entrada de um país.
Gostou do comentário? Deixe sua avaliação aqui embaixo!





