Para Max Weber, se na origem do espírito capitalista está o espírito religioso (o ethos protestante), com
o desenvolvimento do capitalismo, há um desprendimento dos valores religiosos, um espírito econômico
baseado numa conduta racional através do trabalho, da especialização e da profissão, que passa a
justificar a riqueza como um fim em si mesmo, razão de indicar “fazer das pessoas dinheiro” e “tempo é
dinheiro”, como duas máximas de Benjamin Franklin, que devem servir de exemplos para essa conduta.
Gabarito comentado
Alternativa correta: C - Certo
Tema central: a relação entre ética religiosa (o ethos protestante) e a formação do espírito capitalista segundo Max Weber. É importante entender conceitos como vocação (Beruf), racionalização do trabalho, e o processo de secularização dos valores.
Resumo teórico claro: Em "A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo" (Max Weber, 1905), Weber argumenta que práticas religiosas calvinistas — a ênfase na vocação, no trabalho disciplinado e na frugalidade — favoreceram atitudes racionais que legitimaram a acumulação de capital. Com o avanço do capitalismo, essas atitudes passaram a ter autonomia: a riqueza e a busca por lucro deixam de ser apenas sinais religiosos e tornam-se fins em si mesmos. Conceitos-chave: racionalização (organização lógica e eficiente do trabalho), desencantamento (perda do sentido mágico/religioso) e legitimação ética da atividade econômica.
Justificativa da alternativa C: O enunciado apresenta exatamente essa trajetória: origem religiosa do espírito capitalista e, com o desenvolvimento do sistema, um desprendimento dos valores religiosos em favor de uma conduta econômica racional — trabalho, especialização, profissionalização — que legitima a riqueza. As máximas atribuídas a Benjamin Franklin ("tempo é dinheiro", "fazer das pessoas dinheiro") servem como exemplos culturais dessa racionalidade econômica. Portanto, a afirmação corresponde à interpretação weberiana e está correta.
Observação sobre a alternativa E: A alternativa "Errado" seria incorreta porque negaria a conexão e a transformação descritas por Weber; a literatura clássica de sociologia confirma esse encadeamento analítico.
Fontes: Max Weber, A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo; notas históricas sobre Benjamin Franklin ("Advice to a Young Tradesman").
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