Considere as informações abaixo sobre o tráfico de africanos escravizados:Pela rota transaariana, controlada por comerciantes mulçumanos do norte da África, circularam entre os anos650 e 1910 cerca de 9.000.000 de escravos, numa média anual de 7100 indivíduos traficados.Pela rota transatlântica, controlada pelos europeus cristãos, circularam entre os anos 1450 e 1900 cerca de 11.700.000 escravos, numa média anual de 26000 indivíduos traficados.
Fonte:M ́BOKOLO, Elikia. África Negra. História e civilizações. São Paulo/Salvador: EdUFBA/Casa das Áfricas, 2009.
A partir da leitura dessas informações é CORRETO afirmar que o tráfico de africanos escravizados
Considere as informações abaixo sobre o tráfico de africanos escravizados:Pela rota transaariana, controlada por comerciantes mulçumanos do norte da África, circularam entre os anos650 e 1910 cerca de 9.000.000 de escravos, numa média anual de 7100 indivíduos traficados.Pela rota transatlântica, controlada pelos europeus cristãos, circularam entre os anos 1450 e 1900 cerca de 11.700.000 escravos, numa média anual de 26000 indivíduos traficados.
Fonte:M ́BOKOLO, Elikia. África Negra. História e civilizações. São Paulo/Salvador: EdUFBA/Casa das Áfricas, 2009.
A partir da leitura dessas informações é CORRETO afirmar que o tráfico de africanos escravizados
Gabarito comentado
Alternativa correta: D
Tema central: a questão trata da comparação entre as rotas africanas de tráfico de escravizados — sobretudo a rota islâmica (trans-saariana/íslâmica) e a rota transatlântica (europeia) — e do papel de diferentes agentes no comércio de pessoas. É relevante para provas porque exige leitura crítica de dados quantitativos e atenção a afirmações absolutas (exclusividade, superioridade numérica).
Resumo teórico sucinto: o comércio de escravos foi praticado por diferentes atores (mercadores africanos, muçulmanos e europeus) e por várias rotas. Fontes recentes mostram que, embora o tráfico islâmico tenha sido antigo e duradouro, o volume e a intensidade do tráfico transatlântico controlado por europeus foram superiores em números absolutos durante o período moderno (ver M'Bokolo; Lovejoy; Eltis).
Justificativa da alternativa D: a alternativa afirma que "não foi um negócio exclusivo dos europeus, mas o volume e a intensidade de seu negócio foi maior que o do tráfico islâmico." Isso sintetiza corretamente os dados: o tráfico islâmico circulou milhões de pessoas ao longo de muitos séculos, mas os números apontados (por exemplo, ~9 milhões pela rota islâmica vs. ~11,7 milhões pela rota transatlântica nos períodos comparados e médias anuais mais altas na rota transatlântica) confirmam que a participação europeia foi maior em volume e intensidade. Portanto a afirmação é consistente com a bibliografia especializada (M'Bokolo; Paul E. Lovejoy, Transformations in Slavery; David Eltis, The Rise of African Slavery in the Americas).
Análise das alternativas incorretas:
A — Afirma que o tráfico cresceu "à medida que os comerciantes muçulmanos deixaram o comércio... apenas em mãos de europeus". Errado: não houve abandono súbito pelos mercadores muçulmanos nem tomada absoluta pelos europeus; as redes coexistiram e interagiram, mas os europeus intensificaram e dominaram a rota transatlântica.
B — Diz que cristãos e muçulmanos "tornaram sócios" por interesse comum. Simplificação indevida: houve contatos e, por vezes, comércio indireto entre mercados, mas não caracteriza uma sociedade comercial única e homogênea; as rotas eram distintas e dominadas por redes e instituições diferentes.
C — Afirma que o mundo muçulmano recebeu quantidades maiores que a rota transatlântica. Contradiz os dados quantitativos mais aceitos: a rota transatlântica transportou mais escravizados em termos absolutos no período moderno analisado.
Estratégia para resolver questões assim: procure cifras e períodos comparados no enunciado; desconfie de termos absolutos como "apenas", "exclusivo" ou "maior" sem referência a dados; identifique se a alternativa sintetiza corretamente ambos os pontos (agentes envolvidos e magnitude).
Fontes recomendadas: M'Bokolo, Elikia (África Negra); Paul E. Lovejoy (Transformations in Slavery); David Eltis (The Rise of African Slavery in the Americas).
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