O tráfico de escravos africanos para o Brasil;
Gabarito comentado
Resposta correta: Alternativa C
Tema central: o comércio transatlântico de africanos para o território brasileiro — sua cronologia e relação com ciclos econômicos (açúcar, mineração, café) e com a legislação abolicionista.
Resumo teórico: o tráfico para o Brasil teve início já no século XVI, com importações regulares a partir das décadas posteriores à conquista e colonização (século XVI). Intensificou‑se nos séculos XVII e XVIII — ligando‑se à reprodução do sistema açucareiro e, sobretudo, ao ciclo do ouro nas Minas Gerais — e manteve-se como prática regular até meados do século XIX. A proibição formal do tráfico legal deu‑se pela Lei Eusébio de Queirós (4/9/1850), que visou coibir o tráfico transatlântico; contudo, embarques ilegais continuaram até mais adiante, enquanto a escravidão só foi totalmente abolida em 1888 (Lei Áurea).
Fontes recomendadas: Boris Fausto, História do Brasil; João José Reis, trabalhos sobre escravidão; Lei Eusébio de Queirós (1850); Lei Áurea (1888).
Por que a alternativa C é correta: afirma que o tráfico começou na metade do século XVI e foi praticado de forma regular até metade do século XIX — isso está em conformidade com a historiografia e com a data da proibição formal (1850). O enunciado reconhece início colonial precoce e continuidade até a interdição do tráfico legal no século XIX.
Análise das alternativas incorretas:
A — incorreta: vincula o início ao final do século XVII com as jazidas de ouro. Errado: o tráfico já existia no século XVI; o ciclo do ouro intensificou o fluxo, mas não o originou.
B — incorreta: diz que o tráfico foi pouco expressivo no século XVII e extinto no início do XIX. Na verdade foi significativo nos séculos XVII e XVIII, e a proibição formal ocorreu em 1850 (meio do século XIX), não no início.
D — incorreta: afirma extinção com a Independência. A Independência (1822) não aboliu o tráfico nem a escravidão; ambas continuaram por décadas.
E — incorreta: associa o tráfico às capitanias hereditárias e a concentração apenas em Pernambuco e São Vicente até o século XVIII. O tráfico dependia de demanda econômica e portos diversos (Bahia, Rio, Salvador, Recife etc.), e as capitanias não explicam todo o fluxo.
Dica de prova: ao enfrentar questões cronológicas, identifique palavras como “início”, “extinto” e “até” e confronte com marcos legais (ex.: 1850) e ciclos econômicos; isso frequentemente indica a alternativa correta.
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