Os séculos III e IV d.C. marcaram uma transformação decisiva na história romana. Durante esse período começou a maturação de elementos da crise política, econômica e demográfica que modificaram, profundamente, o quadro da sociedade imperial e determinaram o seu fim.
Com relação ao término do império romano do ocidente, considere os seguintes fatores:
I. Impulso de populações estrangeiras que avançavam as fronteiras do norte e do leste e que nem sempre o exército conseguia combater.
II. Devastações, peste, empobrecimento da população, concentração de riqueza nas mãos de poucos e mudança no poder político-social.
III. Solução dada por Diocleciano e Constantino aos problemas estruturais, com a imposição do cristianismo como religião oficial do império.
IV. Concessão de direitos civis a todos os habitantes do império para conter a crise moral.
Está correto o contido em
Com relação ao término do império romano do ocidente, considere os seguintes fatores:
I. Impulso de populações estrangeiras que avançavam as fronteiras do norte e do leste e que nem sempre o exército conseguia combater.
II. Devastações, peste, empobrecimento da população, concentração de riqueza nas mãos de poucos e mudança no poder político-social.
III. Solução dada por Diocleciano e Constantino aos problemas estruturais, com a imposição do cristianismo como religião oficial do império.
IV. Concessão de direitos civis a todos os habitantes do império para conter a crise moral.
Está correto o contido em
Gabarito comentado
Alternativa correta: B - I e II apenas.
Tema central: a questão trata das causas do fim do Império Romano do Ocidente — um processo longo (séculos III–V) que combina pressões externas e crises internas. Para responder, é preciso distinguir fatores reais, suas cronologias e o papel de reformas políticas e religiosas.
Resumo teórico: - I (Vias de invasão): Pressões de povos fronteiriços (germânicos, hunos) e migrações foram decisivas; o exército imperial, cada vez mais sobrecarregado e fragmentado, nem sempre conseguiu conter esses avanques. - II (Crise interna): Séculos III–IV marcaram peste (ex.: a plaga cipriana), declínio demográfico, empobrecimento, concentração de terras, crise fiscal e perda de coesão social — tudo minou a capacidade do Estado de se sustentar. - III e IV contêm imprecisões cronológicas e causais: reformas como a tetrarquia e reorganizações militares (Diocleciano) e a conversão de Constantino não equivaleram a uma solução estrutural nem a "imposição" imediata do cristianismo como religião oficial.
Justificativa da alternativa correta (B): As afirmativas I e II descrevem fatores comprovados — invasões e crise interna — que, combinados, explicam o colapso do Ocidente. A historiografia contemporânea (ex.: Peter Heather, A.H.M. Jones) admite a interação entre choques externos e fraquezas internas como explicação central.
Análise das incorretas: - III (incorreta): Diocleciano e Constantino implementaram reformas administrativas e militares; Constantine favoreceu o cristianismo, mas a declaração do cristianismo como religião oficial só ocorreu com o imperador Teodósio I (Édito de Tessalónica, 380). Além disso, tais reformas não resolveram definitivamente os problemas estruturais. - IV (incorreta): A concessão de cidadania geral (Constitutio Antoniniana, 212) foi anterior e não uma resposta aos problemas dos séculos III–IV; além disso, não foi uma medida destinada a "conter a crise moral" nem teve efeito decisivo em impedir o colapso.
Dica de prova: verifique cronologia e relação de causa e efeito. Pergunte-se: a ação citada ocorreu no período indicado? Foi solução estrutural ou paliativa?
Fontes sugeridas: Peter Heather, The Fall of the Roman Empire (2005); A.H.M. Jones, The Later Roman Empire; Edward Gibbon, Decline and Fall (leitura crítica). Para decretos: Constitutio Antoniniana (212) e Édito de Tessalónica (380).
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