“Durante o século XVII, foram produzidas mais de cinco milhões de pinturas nos Países Baixos. Elas
foram encomendadas por uma classe média emergente e próspera, que substituiu o mecenato da Igreja e
da nobreza. Esses novos mecenas tinham gostos diferentes, o que levou a uma exploração de novos temas
e à criação de novos meios de produção”. FARTHING, Stephen (ed.). Tudo sobre arte. Rio de Janeiro: Sextante, 2010
A história do nordeste brasileiro ficou marcada pela forte presença holandesa na região, no século XVII.
Assim, a partir das informações do texto acima e dos conhecimentos históricos, podemos AFIRMAR que a
arte no nordeste brasileiro, do período das invasões holandesas
Gabarito comentado
Resposta correta: Alternativa D
Tema central: trata-se da arte produzida no Nordeste durante a ocupação holandesa (década de 1630–1654) e da influência religiosa e cultural sobre os temas artísticos. É essencial conhecer o contexto do Brasil holandês — governo do conde de Nassau (Johan Maurits) e a tradição artística protestante holandesa — e artistas como Frans Post e Albert Eckhout.
Resumo teórico: na Holanda do século XVII predominava uma economia e uma sociedade burguesas que encomendaram obras de temas profanos: retratos, paisagens, naturezas‑mortas e cenas do cotidiano. Ao chegar ao Brasil, artistas holandeses documentaram flora, fauna, indígenas e cenas locais em obras naturalistas, porque a estética protestante dava menos ênfase à arte sacra em instituições públicas. (Ver: FARTHING, S. Tudo sobre arte, 2010; catálogos do Rijksmuseum sobre Frans Post/Albert Eckhout.)
Por que a alternativa D é correta? Porque descreve com precisão que a produção retratava cotidiano, pessoas e natureza e relaciona isso à diferença de sensibilidade religiosa: artistas protestantes holandeses valorizavam temas profanos e documentais. Frans Post e Albert Eckhout são exemplos diretos dessa prática no Brasil holandês, financiada pela administração e por colecionadores interessados em obras etnográficas e naturalistas.
Por que as outras alternativas estão erradas:
A — Incorreta: a arte no espaço holandês não era majoritariamente religiosa; o domínio holandês no Nordeste estava ligado à República Holandesa protestante, não ao mecenato católico dos Habsburgos.
B — Incorreta: a influência jesuítica caracteriza a arte religiosa portuguesa, não a produção holandesa. Embora haja representações de indígenas, não decorrem de um programa jesuítico, mas de interesse científico/colonial dos holandeses.
C — Incorreta: a afirmação de que Nassau perseguiu católicos e cristãos‑novos e por isso a arte “foi obrigada” a buscar o cotidiano é falsa. Johan Maurits praticou relativa tolerância religiosa e incentivou registros naturalistas e etnográficos; não houve perseguição generalizada que explicasse a mudança temática.
Dica de prova: identifique no enunciado pistas históricas (Holanda = protestante; nomes de artistas) e descarte alternativas que misturam contextos portugueses/Habsburgo/jesuítas com o contexto do Brasil holandês.
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