No Brasil, desde 1997, o sistema previdenciário é
deficitário, o que obriga o Tesouro Nacional a cobrir o
rombo. A respeito da origem do contínuo déficit da
Previdência Social, assinale a afirmação correta.
Gabarito comentado
Tema central: A questão aborda o déficit da Previdência Social brasileira à luz das transformações demográficas, e pede análise sobre as causas estruturais desse fenômeno, especialmente envelhecimento populacional e bônus/transição demográfica.
Conceitos essenciais: O Brasil vive um processo de transição demográfica: reduções de natalidade e mortalidade alteram a pirâmide populacional, aumentando a proporção de idosos. Durante o bônus demográfico, a maioria da população está em idade ativa (15-64 anos) – fase positiva para o crescimento econômico e a sustentabilidade previdenciária. Contudo, o avanço do envelhecimento eleva o número de aposentados e diminui a de jovens trabalhadores, pressionando o regime de repartição simples vigente, onde os ativos suportam os benefícios dos inativos.
Justificativa da alternativa E (correta): A alternativa E indica com precisão o desafio atual e futuro: a população ativa está envelhecendo, e não há jovens suficientes ingressando no mercado para sustentar as aposentadorias crescentes. Segundo Giambiagi (2016), “o envelhecimento populacional é a principal causa estrutural do déficit previdenciário.” Em termos de administração pública, entender essa dinâmica é fundamental para propor reformas e prever impactos financeiros a médio e longo prazo. O texto constitucional, especialmente após a CF/88, reforçou a proteção social, agravando a necessidade de equilíbrio atuarial.
Análise crítica das alternativas incorretas:
- A: O emprego informal reduz a arrecadação, mas não é origem estrutural do déficit e não foi adotado como política oficial para o crescimento econômico.
- B: Seguro-desemprego e abono salarial são benefícios do trabalhador, mas não se relacionam diretamente às contas previdenciárias (não são custeados pelo INSS).
- C: CF/88 ampliou direitos rurais, mas não igualou contribuições e não compensou déficit dos urbanos.
- D: O Brasil ainda não tem mais idosos que ativos (não está no pós-bônus demográfico nem vive inversão etária); definição de bônus demográfico foi trocada.
Estrategias de prova: Cuidado com trocas de termos (bônus ≠ envelhecimento), dados irrelevantes (políticas de informalidade), e generalizações (“suspensão de benefícios”). Foque sempre na causa estrutural ao analisar questões sobre previdência.
Referências: Giambiagi, F.; Landry, A.; CF/88, art. 194 e 201.
Gostou do comentário? Deixe sua avaliação aqui embaixo!






