Hitler referia-se frequentemente à necessidade da guerra,
oscilando do ponto de vista mítico ao do estrategista militar
(...) e toda sua concepção de política se apoiava sobre a
necessidade histórica de assegurar ao povo alemão seu espaço
vital. Como o espaço vital sempre fora conservado ou
conquistado pela luta, não via outra alternativa senão fazer
uso ‘defensivo’ da guerra, que seria o ‘objetivo derradeiro da
política’.
LENHARO, A., Nazismo. “O triunfo da vontade”.
São Paulo: Ática, 1998, p. 75.
O “espaço vital” evocado na Alemanha nazista referia-se
Hitler referia-se frequentemente à necessidade da guerra, oscilando do ponto de vista mítico ao do estrategista militar (...) e toda sua concepção de política se apoiava sobre a necessidade histórica de assegurar ao povo alemão seu espaço vital. Como o espaço vital sempre fora conservado ou conquistado pela luta, não via outra alternativa senão fazer uso ‘defensivo’ da guerra, que seria o ‘objetivo derradeiro da política’.
LENHARO, A., Nazismo. “O triunfo da vontade”. São Paulo: Ática, 1998, p. 75.
O “espaço vital” evocado na Alemanha nazista referia-se
Gabarito comentado
Alternativa correta: A
Tema central: o conceito de “espaço vital” (Lebensraum) no discurso nazista — motivo e direção da expansão alemã durante o período nazista. É preciso relacionar o termo às fontes ideológicas (Hitler, Mein Kampf) e à política prática (revanchismo contra o Tratado de Versalhes e expansão para o leste).
Resumo teórico: Lebensraum significava a necessidade alegada de mais território para garantir a subsistência, força e futuro do povo alemão. Baseava‑se em ideias de darwinismo social, racismo e nacionalismo; visava sobretudo os territórios do Leste europeu (Polônia, Ucrânia, União Soviética) e a revisão de perdas impostas por Versalhes (Alsácia‑Lorena, por exemplo). Fontes clássicas: Adolf Hitler, Mein Kampf; análises: Ian Kershaw, Richard J. Evans, William L. Shirer.
Justificativa da alternativa A: A é correta porque combina os dois vetores centrais do discurso nazista: (1) a expansão para o leste europeu como área prioritária de colonização e "espaço vital", e (2) a reivindicação revanchista sobre territórios perdidos após a Primeira Guerra Mundial (áreas cedidas à França pelo Tratado de Versalhes). O texto de apoio e a historiografia mostram que Hitler articulava ambos como parte de uma política que misturava mito racial e estratégia geopolítica.
Análise das alternativas incorretas:
B — Incorreta: tenta transformar Lebensraum em mera defesa do território alemão contra supostas investidas de vizinhos. Na prática, o conceito justificava agressão e anexação, não apenas defesa. O foco não era a proteção de fronteiras alemãs, mas expansão para o leste.
C — Incorreta: embora existissem tradições coloniais e alguns discursos sobre interesses ultramarinos, a prioridade ideológica e prática do nazismo para o Lebensraum foi o Leste europeu, não a colonização da África como principal objetivo.
D — Incorreta: regimes como Espanha, Portugal e Itália eram — em graus diversos — aliados ou regimes afins; não eram o alvo do projeto de espaço vital. O objetivo não era incorporar países fascistas, mas subjugar povos do Leste e reassentar alemães.
E — Incorreta: a perseguição aos judeus foi central na política nazista (Holocausto), mas o termo "espaço vital" refere‑se especificamente a territórios e à expansão nacional‑racial. A eliminação dos judeus foi parte da racialização e do genocídio, porém Lebensraum não designa literalmente “as terras dos judeus em toda a Europa”.
Estratégia para provas: associe rapidamente “espaço vital/Lebensraum” ao leste europeu e à revisão do Tratado de Versalhes. Cuidado com alternativas que misturam temas verdadeiros (antisemitismo, revanchismo) mas que deslocam o foco do conceito central.
Referências rápidas: Adolf Hitler, Mein Kampf; Ian Kershaw, Hitler: A Biography; Richard J. Evans, The Third Reich Trilogy.
Gostou do comentário? Deixe sua avaliação aqui embaixo!





