Questão 60bf56cb-30
Prova:PUC - RS 2016
Disciplina:História
Assunto:Medievalidade Europeia, História Geral

INSTRUÇÃO: Para responder à questão, analise as afirmativas sobre o período medieval.

I. O ritual da investidura era uma cerimônia praticada no momento da elevação de um guerreiro a vassalo.

II. No período Carolíngio, a difusão da vassalagem resultou na centralização da estrutura política em torno do rei.

III. As banalidades eram obrigações feudais pagas pelos servos e relativas ao uso das instalações no domínio senhorial.

A(s) afirmativa(s) correta(s) é/são

A
I, apenas.
B
II, apenas.
C
III, apenas.
D
I e II, apenas.
E
I, II e III.

Gabarito comentado

G
Gabrielle FrancoMonitor do Qconcursos

Alternativa correta: C — III, apenas.

Tema central: estruturas e práticas do feudalismo medieval — relação suserano/vassalo, cerimônias associadas e obrigações camponesas. Esse conteúdo é recorrente em concursos e exige atenção a termos técnicos (homenagem, investidura, banalidades) e ao contexto cronológico (Carolíngios vs Alta Idade Média tardia).

Resumo teórico (claro e progressivo):

Homenagem: ato público em que o futuro vassalo se ajoelha e presta juramento de fidelidade ao senhor — é o momento de constituição do vínculo pessoal.

Investidura: entrega simbólica do benefício (fíeudo) — bastão, bandeira ou documento — que confere uso da terra ao vassalo. Esses rituais frequentemente ocorriam na mesma cerimônia, mas são conceitos distintos (fonte: Marc Bloch, A Sociedade Feudal; Encyclopaedia Britannica).

Banalidades: taxas obrigatórias pagas pelos camponeses ao senhor para usar instalações senhoriais (moinho, forno, lagar etc.).

Justificativa da alternativa correta (III):

A afirmativa III define corretamente as banalidades como cobranças referentes ao uso das instalações do domínio senhorial — exatamente o sentido histórico do termo. Exemplo prático: o camponês era obrigado a moer o trigo no moinho do senhor e pagar uma taxa.

Análise das alternativas incorretas:

I (incorreta): afirma que o "ritual da investidura" era a cerimônia da elevação de um guerreiro a vassalo. Isso mistura termos: a criação do vínculo pessoal é a homenagem (juramento); a investidura refere‑se à entrega do benefício. Embora relacionados e frequentemente realizados juntos, a frase está imprecisa na terminologia — por isso é considerada falsa em provas que cobram rigidez conceitual (ver Susan Reynolds, Fiefs and Vassals; Marc Bloch).

II (incorreta): afirma que a difusão da vassalagem no período carolíngio centralizou o poder no rei. Na pr��tica, a expansão de relações vassálicas contribuiu para a descentralização e fragmentação do poder local — o que caracteriza a formação do feudalismo. O poder carolíngio tentou centralizar, mas o processo social da vassalagem levou, em longo prazo, à maior autonomia senhorial.

Dica de interpretação para provas: cuide da precisão terminológica (homenagem ≠ investidura) e de frases absolutas sobre “centralização” — verifique se o processo descrito teve efeito centralizador ou descentralizador.

Fontes recomendadas: Marc Bloch, A Sociedade Feudal; Susan Reynolds, Fiefs and Vassals; Encyclopaedia Britannica (entradas sobre “feudalism”, “homage”, “banalities”).

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