No que se refere à Guerra do Peloponeso (431-404 a. C), inserida no contexto de conflitos entre as cidades-estado e retratada de forma épica por Tucídides como a guerra “mais importante que todas as anteriores”, é correto afirmar que sua causa principal foi/foram

Alternativa correta: E

Tema central: entender as causas da Guerra do Peloponeso (431–404 a.C.) exige distinguir causas imediatas (crises e incidentes) das causas estruturais — sobretudo a expansão marítima e imperial de Atenas e o temor que isso despertou em Esparta e seus aliados. Tucídides explica que a guerra foi em grande parte resultado do crescimento do poder ateniense e do medo que isso provocou em Esparta.

Resumo teórico rápido: após as Guerras Persas, Atenas liderou a Liga de Delos e transformou-a em um império marítimo; o aumento do poder e da influência ateniense (econômica e política) gerou tensões com as cidades do Peloponeso, sobretudo com as aliadas de Esparta. A concatenação de disputas locais (Corinto–Córcira, Potideia, Decreto de Megara) transformou rivalidade em conflito aberto.

Por que a alternativa E está correta: ela aponta a expansão ateniense pelo mar Jônio e o choque entre modelos (democracia marítima ateniense × oligarquia militar espartana) como elemento central. Esse processo intensificou disputas econômicas e estratégicas e é consistente com a explicação de Tucídides e com interpretações modernas (ex.: Thucydides, Donald Kagan) sobre a estrutura causal da guerra.

Análise das alternativas incorretas:

A. Errada — os ataques espartanos a Atenas não foram a causa principal; a Paz de Nicias ocorre em 421 a.C., no meio do conflito, não antes como causa.

B. Parcialmente enganosa — Tebas e Corinto tiveram papéis importantes, mas a formulação culpa a hegemonia espartana; na verdade a tensão maior vinha da hegemonia ateniense no mar.

C. Incorreta — a Liga de Delos não foi derrotada pelos persas antes da guerra; ao contrário, Atenas manteve poder naval e financeiro que lhe dava vantagem e gerava reação.

D. Errada — Esparta era potência terrestre e não conduzia política voltada para interromper rotas marítimas; o expansionismo relevante era o ateniense.

Dica de prova: prefira respostas que considerem causas estruturais (crescimento de poder, sistemas de aliança, interesse econômico) e verifique datas/ordem cronológica (ex.: Paz de Nicias é posterior). Leia mentalmente “quem cresceu em poder e quem ficou com medo?” — isso costuma indicar a direção correta.

Fontes sugeridas: Tucídides, História da Guerra do Peloponeso; estudos introdutórios de Donald Kagan e Paul Cartledge.

Gostou do comentário? Deixe sua avaliação aqui embaixo!