O contexto colonial do século XVIII, em muito era marcado pelo
poder dos homens potentados. A historiografia do período
assim caracteriza esses homens: ricos e poderosos; protegidos
por uma vasta cadeia de clientela; impunham o poder pela
força; atraíam para seus domínios todos os tipos de fugitivos e
criminosos; desqualificavam seus adversários com trocadilhos
cômicos e ofensas em público.
Os confrontos entre os potentados criavam constantes
situações de violência, como a verificada entre Manuel Nunes
Viana e Jerônimo Pedroso, em razão do sumiço de uma
espingarda, fato que se tornou uma das motivações para o
desencadeamento da
Gabarito comentado
Alternativa correta: C — Guerra dos Emboabas (1707–1709)
Tema central: trata-se da dinâmica de poder na sociedade colonial do século XVIII — **potentados**, clientelismo e violência local — aplicada ao contexto das minas de ouro. O enunciado descreve confrontos entre grupos rivais por controle de recursos e influência, cenário típico da Guerra dos Emboabas.
Resumo teórico: Na transição para a economia aurífera, o espaço minerador (Minas Gerais) atraiu muitos forasteiros. Os paulistas (descobridores e primeiros colonizadores) reivindicavam privilégios sobre as minas; os emboabas eram os recém-chegados (portugueses e outros) que buscavam participar da exploração. A competição por jazidas e direitos gerou conflitos armados e formas de violência política, apoiadas por redes de clientelas locais — fenômenos bem analisados pela historiografia clássica (ver, por exemplo, Boris Fausto e Capistrano de Abreu para contexto colonial).
Por que a alternativa C é correta: a descrição de "homens potentados", clientelismo, violência e um episódio aparentemente menor (o desaparecimento de uma espingarda) que escalou para confrontos encaixa perfeitamente no conflito entre paulistas e forasteiros nas regiões auríferas entre 1707–1709. A Guerra dos Emboabas foi precisamente uma disputa por controle de áreas de mineração, marcada por violência, expulsões e formações de facções locais.
Por que as outras alternativas estão erradas:
- A (Guerra dos Mascates, 1710–1711): conflito entre senhores de engenho de Olinda e comerciantes de Recife — ligado ao comércio e às elites açucareiras em Pernambuco, não ao ambiente minerador nem à disputa por jazidas.
- B (Conjuração Mineira, 1789): conspiração iluminista da elite mineira contra a metrópole e a derrama — evento político-ideológico e posterior; não se trata do tipo de violência clientelista e de controle local descrito.
- D (Conjuração Baiana, 1798): movimento urbano-comunitário com ampla participação popular e influências liberais/republicanas — ocorrido no final do século e com caráter social diferente do conflito entre paulistas e emboabas.
Dica de resolução para provas: identifique palavras-chave (ex.: minas, potentados, espingarda, fugitivos/forasteiros) e cruze com a cronologia; compare a natureza do conflito (econômica/territorial × ideológica/politizada) para eliminar alternativas.
Fontes sugeridas: Boris Fausto, História do Brasil; Capistrano de Abreu, Estudos sobre a colonização; obras sobre mineração colonial (consultar bibliografia de História Colonial do Brasil).
Gostou do comentário? Deixe sua avaliação aqui embaixo!





