Questão 600b3ce3-fd
Prova:UFT 2019
Disciplina:História
Assunto:Período Colonial: produção de riqueza e escravismo, História do Brasil

O contexto colonial do século XVIII, em muito era marcado pelo poder dos homens potentados. A historiografia do período assim caracteriza esses homens: ricos e poderosos; protegidos por uma vasta cadeia de clientela; impunham o poder pela força; atraíam para seus domínios todos os tipos de fugitivos e criminosos; desqualificavam seus adversários com trocadilhos cômicos e ofensas em público.

Os confrontos entre os potentados criavam constantes situações de violência, como a verificada entre Manuel Nunes Viana e Jerônimo Pedroso, em razão do sumiço de uma espingarda, fato que se tornou uma das motivações para o desencadeamento da

A
Guerra dos Mascates, ocorrida em 1710-1711, que revelou a contrariedade dos senhores de engenho em relação ao comércio itinerante.
B
Conjuração Mineira, conspiração da elite mineira contra o governo português e a ameaça da derrama, ocorrida em 1789.
C
Guerra dos Emboabas, uma série de conflitos entre os paulistas descobridores de minas e forasteiros, ocorrida entre 1707 e 1709.
D
Conjuração Baiana de 1798, uma revolta dos homens livres e pobres, inclusive os alfaiates, contra a sobrecarga de impostos cobrados pela coroa portuguesa.

Gabarito comentado

V
Vanessa CamposMonitor do Qconcursos

Alternativa correta: C — Guerra dos Emboabas (1707–1709)

Tema central: trata-se da dinâmica de poder na sociedade colonial do século XVIII — **potentados**, clientelismo e violência local — aplicada ao contexto das minas de ouro. O enunciado descreve confrontos entre grupos rivais por controle de recursos e influência, cenário típico da Guerra dos Emboabas.

Resumo teórico: Na transição para a economia aurífera, o espaço minerador (Minas Gerais) atraiu muitos forasteiros. Os paulistas (descobridores e primeiros colonizadores) reivindicavam privilégios sobre as minas; os emboabas eram os recém-chegados (portugueses e outros) que buscavam participar da exploração. A competição por jazidas e direitos gerou conflitos armados e formas de violência política, apoiadas por redes de clientelas locais — fenômenos bem analisados pela historiografia clássica (ver, por exemplo, Boris Fausto e Capistrano de Abreu para contexto colonial).

Por que a alternativa C é correta: a descrição de "homens potentados", clientelismo, violência e um episódio aparentemente menor (o desaparecimento de uma espingarda) que escalou para confrontos encaixa perfeitamente no conflito entre paulistas e forasteiros nas regiões auríferas entre 1707–1709. A Guerra dos Emboabas foi precisamente uma disputa por controle de áreas de mineração, marcada por violência, expulsões e formações de facções locais.

Por que as outras alternativas estão erradas:

  • A (Guerra dos Mascates, 1710–1711): conflito entre senhores de engenho de Olinda e comerciantes de Recife — ligado ao comércio e às elites açucareiras em Pernambuco, não ao ambiente minerador nem à disputa por jazidas.
  • B (Conjuração Mineira, 1789): conspiração iluminista da elite mineira contra a metrópole e a derrama — evento político-ideológico e posterior; não se trata do tipo de violência clientelista e de controle local descrito.
  • D (Conjuração Baiana, 1798): movimento urbano-comunitário com ampla participação popular e influências liberais/republicanas — ocorrido no final do século e com caráter social diferente do conflito entre paulistas e emboabas.

Dica de resolução para provas: identifique palavras-chave (ex.: minas, potentados, espingarda, fugitivos/forasteiros) e cruze com a cronologia; compare a natureza do conflito (econômica/territorial × ideológica/politizada) para eliminar alternativas.

Fontes sugeridas: Boris Fausto, História do Brasil; Capistrano de Abreu, Estudos sobre a colonização; obras sobre mineração colonial (consultar bibliografia de História Colonial do Brasil).

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