Questão 5e388963-dc
Prova:MACKENZIE 2014
Disciplina:História
Assunto:História Geral, Expansão Comercial a Marítima: a busca de novos mundos

Durante o século XV, a Europa experimentou o início de uma expansão marítima, que é um marco no início da europeização do mundo. Entre os motivos que levaram os portugueses a buscarem a Expansão Marítima, podemos apontar

A
a queda de Constantinopla para o império turco otomano, em 1453, levando os países católicos a buscarem um novo caminho que os conduzissem à Terra Santa.
B
o crescimento da circulação monetária e a consequente estabilização dos preços, na época, permitindo o acúmulo de que passou a ser investido nas empreitadas marítimas.
C
o fortalecimento do poder dos monarcas europeus, que passaram a governar em caráter absolutista e centralizaram todas as decisões do Estado em suas mãos.
D
a consolidação do sistema de manufaturas controladas pelas grandes corporações de ofício, que passaram a financiar a Expansão Marítima em busca de novos mercados consumidores.
E
a necessidade da expansão comercial, que aumentaria os poderes do rei, manteria os privilégios da nobreza e elevaria os lucros da burguesia, pois o controle comercial do Mediterrâneo pertencia aos italianos.

Gabarito comentado

G
Gabrielle FrancoMonitor do Qconcursos

Resposta correta: E

Tema central: motivos da Expansão Marítima europeia (principalmente portuguesa) no século XV — combinação de fatores comerciais, políticos e sociais que levaram à tentativa de romper o monopólio italiano no comércio mediterrâneo e buscar rotas atlânticas para Ásia e África.

Resumo teórico: a partir do século XV houve convergência de interesses: a necessidade de acessar especiarias e metais preciosos; o controle italiano do comércio mediterrâneo (Veneza, Gênova) que encarecia e intermediava produtos; o fortalecimento das monarquias dinásticas que financiaram viagens; e o surgimento de capitais e técnicas náuticas (caravelas, bússola, cartas náuticas). Esses fatores explicam por que Portugal e Espanha buscaram rotas marítimas alternativas. (Fontes clássicas: John H. Parry, The Age of Reconnaissance; C.R. Boxer, The Portuguese Seaborne Empire.)

Justificativa da alternativa E: ela sintetiza corretamente os motivos centrais — a necessidade de expansão comercial para escapar do controle italiano do Mediterrâneo — e indica os efeitos esperados: aumento do poder real (financiamento e monopólios reais), lucros da burguesia mercantil e manutenção de privilégios de setores da nobreza que participaram das expedições. Ou seja, reúne o componente econômico (ruptura do monopólio mediterrâneo) e político (fortalecimento régio via comércio ultramarino) que motivaram a expansão portuguesa.

Análise das alternativas incorretas:

A — parcialmente verdadeira: a queda de Constantinopla (1453) alterou rotas, mas a motivação principal era alcançar as rotas comerciais para as Índias (especiarias), não especificamente a Terra Santa. A redação foca excessivamente em motivo religioso.

B — incorreta: não houve estabilização ampla de preços no período que justificasse um grande investimento público nas "empreitadas". O estímulo veio mais de lucros mercantis potenciais e apoio régio do que de estabilização monetária.

C — imprecisa: embora monarquias tenham se fortalecido, o termo “absolutista” e a centralização total não explicam isoladamente a expansão marítima; é um resultado político parcial, não a causa principal.

D — incorreta: manufaturas e corporações de ofício não foram as principais financiadoras; as expedições iniciais foram patrocinadas por monarquias e por mercadores privados, não por corporações de ofício.

Dica de prova: busque na alternativa o fator econômico-central (comércio das especiarias e monopólio mediterrâneo) e o vínculo com o Estado (financiamento régio). Desconfie de alternativas que apresentam apenas um motivo isolado ou evocam termos anacrônicos (como “sistema de manufaturas” controlando financiamentos no século XV).

Fontes sugeridas: John H. Parry, The Age of Reconnaissance; C.R. Boxer, The Portuguese Seaborne Empire; Fernand Braudel, O Mediterrâneo e o Mundo Mediterrâneo na Época de Filipe II.

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