A expulsão da Companhia de Jesus de todos os territórios portugueses, em
1759, foi uma das medidas mais polêmicas tomadas por Pombal. Em geral, as
justificativas para esse ato são a total incompatibilidade entre o controle das
práticas pedagógicas adotadas pelos jesuítas e o projeto educacional iluminista
pombalino. Todavia, é importante assinalar que tal expulsão também está
relacionada
Gabarito comentado
Resposta correta: Alternativa E
1) Tema central
A questão trata da expulsão dos jesuítas (1759) promovida por Sebastião José de Carvalho e Melo (Marquês de Pombal) — evento chave do Estado pombalino que envolve política religiosa, economia colonial e controle territorial na América Portuguesa.
2) Resumo teórico
Pombal perseguiu reduzir a autonomia de ordens religiosas que disputavam poder com a Coroa. Nos domínios ultramarinos, os jesuítas dirigiam missões indígenas que funcionavam como espaços de autoridade própria, protegendo indígenas do tráfico e estruturando economias locais. No contexto da consolidação do Estado, controlar fronteiras e recursos (sertões, gado, ervas, especiarias, mão de obra) era prioridade: expulsar os jesuítas significava afirmar o monopólio régio sobre territórios e riquezas.
3) Fontes e referências úteis
- Decreto real de 1759 (expulsão dos jesuítas).
- Tratado de Madrid (1750) e a Guerra Guaranítica (1754–56) — contexto das missões e fronteiras.
- Leitura recomendada: estudos sobre Pombal e o absolutismo esclarecido e a historiografia das missões jesuíticas (obras sobre Pombal e sobre as Missões do Rio Grande).
4) Justificativa da alternativa E
A alternativa E é correta porque destaca o motivo político-econômico central: a necessidade da Coroa de controlar as fronteiras americanas e os recursos delas derivados. As missões jesuíticas representavam uma autoridade paralela que dificultava a administração régia e o acesso a terras, mão de obra e rotas comerciais. A expulsão permitiu reordenar o território colonial segundo interesses da coroa.
5) Por que as outras alternativas estão erradas
A — Parcialmente verdadeira (existia conflito Igreja/Estado), mas genérica e imprecisa: a expulsão não se explica apenas por choque de convicções religiosas; teve forte motivações territoriais e administrativas.
B — Incorreta: a ação não visava impor mais religião (o catolicismo já era oficial), tampouco decorreu de subordinação da coroa ao papa — foi o contrário: afirmação do poder régio sobre a Igreja.
C — Falsa: os jesuítas não controlavam o comércio atlântico de escravos africanos em escala que ameaçasse diretamente a coroa; sua atuação concentrava-se em missões com indígenas, não no tráfico negreiro transatlântico.
D — Sem fundamento histórico: presença de “burguesia huguenote” influente na corte nesse sentido é anacrônica e idiossincrática — alternativa inventa um agente inexistente no episódio.
6) Estratégia para prestar concursos
Procure o núcleo causal do enunciado (político, econômico, religioso). Elimine alternativas com anacronismos ou agentes improváveis. Prefira explicações que considerem o interesse da Coroa em centralizar poder e recursos nas colônias.
Gostou do comentário? Deixe sua avaliação aqui embaixo!





