“Os generais os enganam quando os exortam a combater pelos templos
de seus deuses, pelas sepulturas de seus pais. Isto porque de um grande
número de romanos não há um só que tenha o seu altar doméstico, o
seu jazigo familiar. Eles combatem e morrem para alimentar a opulência
e o luxo de outros. Dizem que são senhores do universo, mas eles não
são donos sequer de um pedaço de terra”.
(Apud Plutarco. Vidas paralelas. Barcelona: Ibéria, 1951. v4, p.150)
Segundo Plutarco, essas foram palavras proferidas por Tibério Graco, político
romano, em um discurso público. A respeito da iniciativa promovida tanto
por ele, como por seu irmão Caio, durante o período da Republica romana
(VI a.C. – I a.C.) podemos afirmar que
Segundo Plutarco, essas foram palavras proferidas por Tibério Graco, político romano, em um discurso público. A respeito da iniciativa promovida tanto por ele, como por seu irmão Caio, durante o período da Republica romana (VI a.C. – I a.C.) podemos afirmar que
Gabarito comentado
Alternativa correta: B
Tema central: as reformas agrárias promovidas por Tibério e Caio Graco no final da República romana — medidas para redistribuir terras públicas (ager publicus) aos camponeses e veteranos, visando amenizar a pauperização da plebe e o êxodo rural.
Resumo teórico: no século II a.C. a expansão romana gerou concentração de grandes propriedades (latifúndios) exploradas por escravos; muitos pequenos proprietários perderam terras e viraram proletários urbanos ou soldados sem garantia de sustento. Tibério Graco (tribuno em 133 a.C.) propôs a Lex Sempronia Agraria para limitar a posse de terras públicas e redistribuir lotes aos mais pobres. Caio (123–121 a.C.) aprofundou medidas — colonização, subsídio de pão (lex frumentaria), reformas judiciais — sempre por meio das assembleias populares, enfrentando a resistência da aristocracia. Plutarco registra o contexto e as palavras de Tibério (Plutarco, Vidas Paralelas: Tibério e Caio Graco). Fontes modernas úteis: Plutarco; Mary Beard, SPQR (visão introdutória); estudos sobre leis agrárias romanas.
Por que a alternativa B é correta: ela expressa com precisão o objetivo central das ações dos irmãos Graco — distribuição de terras para atender plebe marginalizada. O trecho citado exemplifica a queixa social que motivou as leis agrárias: soldados que retornavam sem terras e a riqueza concentrada em poucos.
Análise das alternativas incorretas:
A — Errada. Os Gracos não reafirmaram o poder aristocrático nem criaram mecanismo para "indenização" que beneficiasse aristocracia; ao contrário, suas leis limitavam propriedades dos latifundiários e confrontavam os interesses aristocráticos.
C — Errada. Não era um projeto de enfraquecer/potencializar comerciantes; o foco foi acesso à terra para pequenos agricultores e medidas sociais (p.ex. subsídio de pão por Caio).
D — Errada. Eles buscaram apoio das assembleias populares (plebe), não promoveram ditaduras militares nem colocaram os generais como solução; aliás, enfrentaram a oposição da elite militar-política.
E — Errada. As reformas não tiveram o apoio do Senado e da aristocracia; geraram grande conflito político, culminando na morte de Tibério (133 a.C.) e de Caio (121 a.C.).
Dica de interpretação: busque palavras-chave históricas (ex.: "distribuição de terras", "Senado", "assembleias populares", "ditadura") e confronte-as com o conhecimento cronológico e as motivações sociais. Pergunte-se: quem se beneficiava? quem se opunha? isso ajuda a eliminar alternativas que invertam sujeitos ou objetivos.
Principais fontes: Plutarco, Vidas Paralelas (Tibério e Caio Graco); obras introdutórias sobre Roma republicana (ex.: Mary Beard, SPQR).
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