“Qualquer objeto deve ser tratado como fonte de reflexão, desde o tronco de prender escravos no Museu do Ceará até o copo descartável que faz parte do nosso cotidiano.”

(RAMOS, Francisco Régis Lopes. A danação do objeto – o museu no ensino de História. Chapecó: Argos, 2004. p. 22)

O texto acima se refere ao trabalho do historiador e ao espaço do museu. A partir da leitura do texto, compreende-se que a história:

Alternativa correta: E

1. Tema central: A questão trata do papel do historiador e do museu ao usar objetos como fontes para provocar reflexão social. É preciso entender a noção de cultura material e como ela ajuda a interpretar passado e presente.

2. Resumo teórico: Estudos de cultura material mostram que objetos (do shackles a um copo descartável) têm "vida social" e significado histórico: servem como vestígios, índices de práticas sociais e estímulos à reflexão crítica. Obras relevantes: Arjun Appadurai, "The Social Life of Things" (1986); Daniel Miller, estudos sobre material culture; diretrizes do museu contemporâneo e do ICOM sobre função educativa do museu.

3. Justificativa da alternativa E: O enunciado afirma que qualquer objeto pode ser fonte de reflexão — isto aponta para a capacidade da história de usar a cultura material para fazer a sociedade pensar sobre si mesma. Logo, a alternativa E sintetiza corretamente essa ideia: o historiador/museu usa objetos para promover compreensão social e crítica.

4. Por que as outras alternativas estão erradas:

A - "foca somente no passado": erro por termo absoluto ("somente"). A história analisa o passado, mas também interpreta seus efeitos no presente.

B - "incapaz de produzir conhecimento sobre a escravidão": contradiz o próprio exemplo do enunciado (tronco de prender escravos) — objetos são fontes valiosas para estudar escravidão.

C - "história exclusiva das elites": contrário à ideia de qualquer objeto; estudos de cultura material ampliam o foco para cotidiano e grupos subalternos.

D - "deve deixar de abordar a política": falso; história integra política e cotidiano; uso de objetos amplia, não substitui, análise política.

5. Estratégia de prova: Procure palavras-chave (ex.: "qualquer objeto", "fonte de reflexão") e termos absolutos nas alternativas ("somente", "incapaz", "exclusiva") para eliminar pegadinhas.

Fontes úteis: Appadurai (1986); textos introdutórios sobre museologia e o papel educativo do ICOM.

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