O trabalho livre, realizado por negros libertos e homens pobres, no período colonial, predominou:

Resposta correta: E — nas fazendas de gado dos sertões

Tema central: o enunciado trata da distinção entre trabalho livre e trabalho escravo no Brasil colonial. É preciso identificar onde, na estrutura socioeconômica colonial, havia maior presença de trabalhadores livres (negros libertos, homens pobres, pardos, indígenas), em oposição ao uso intensivo de mão de obra escrava.

Resumo teórico: o sistema colonial brasileiro foi heterogêneo. Engenhos de açúcar (litoral nordestino) e, mais tarde, plantações de café, exigiam grande capital e mão de obra intensiva — predominantemente escravizada. As regiões de mineração atraíam tanto escravos quanto pequenos mineiros livres, mas a exploração era concentrada e controlada. Já as fazendas de gado no sertão formaram uma economia extensiva, dispersa e de baixo investimento, favorecendo o trabalho livre de vaqueiros, peões e libertos, que atuavam em atividades itinerantes e menos controladas pelo grande senhor.

Justificativa da alternativa E: as fazendas de gado dos sertões (sertões nordestinos e interior) eram áreas de criação extensiva, com pouca necessidade de trabalho escravo em grande escala. Ali predominavam trabalhadores livres — negros libertos, pardos, indígenas e brancos pobres — que exerciam funções de vaqueiros e peões. A dispersão territorial e a natureza menos intensiva do trabalho tornavam o emprego de mão de obra livre mais comum.

Análise das alternativas incorretas:

A — nas fazendas de café. Anacrônica para o “período colonial”: o auge do café ocorreu no século XIX e, até meados do século XIX, a cultura do café usou intensamente trabalho escravo; só depois da abolição houve transição para trabalho assalariado e imigrante.

B — nas plantações de soja. Incorreta e anacrônica: soja é cultura do século XX, sem relação com o período colonial.

C — nas regiões de minas. Parcialmente incorreta: as minas atraíram muitos trabalhadores livres (garimpeiros), mas também grande número de escravos; não houve predominância clara de trabalho livre como nas fazendas de gado.

D — nos engenhos de açúcar. Errado: os engenhos do Nordeste usavam principalmente escravos africanos; portanto, o trabalho era majoritariamente escravo, não livre.

Dica de prova: ao ver “trabalho livre” e “período colonial”, busque termos que indiquem anacronismo (soja, soja) e pense na intensidade de capital e controle social (engenhos/plantations = escravidão). Comparações regionais ajudam a eliminar alternativas.

Fontes sugeridas: Caio Prado Júnior, Formação do Brasil Contemporâneo; Boris Fausto, História do Brasil — consulte capítulos sobre economia colonial e organização social.

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