A irmandade Nossa Senhora do Rosário dos Pretinhos, de Sobral, fundada em 1760, tinha como sede a
própria igreja do Rosário. As festividades eram marcadas pela mistura de elementos católicos e das culturas
africanas. A partir do exposto e compreendendo que essa irmandade segue um padrão comum disseminado
pela colônia, podemos afirmar corretamente que essa religiosidade teve como uma de suas características:
Gabarito comentado
Alternativa correta: B
Tema central: trata-se da religiosidade popular afro-brasileira nas irmandades coloniais — associações religiosas de católicos negros (livres e escravizados) que combinaram ritos católicos com elementos africanos. É importante saber como funcionavam socialmente essas irmandades e que papel tinham na vida religiosa e comunitária.
Resumo teórico: as irmandades eram frequentemente organizadas por grupos étnicos/raciais (irmandades dos pretos, dos brancos, dos mestres) e funcionavam como espaços de sociabilidade, assistência e devoção. Havia segregação ritual — lugares, horários e práticas distintos para brancos e negros — e também forte sincretismo, isto é, mistura de símbolos católicos com tradições africanas (ex.: festas, danças, invocações).
Justificativa da alternativa B: ao afirmar a separação da devoção católica entre brancos e negros, a alternativa B descreve corretamente um padrão difundido: irmandades raciais, assentos diferenciados nas igrejas, festas próprias e confrarias específicas para negros. Essa segregação era uma característica organizacional e social das práticas religiosas coloniais.
Análise das alternativas incorretas:
A — “exclusão dos negros dos ritos cristãos”: incorreta. Negros participaram ativamente dos ritos, embora muitas vezes em espaços/horários separados.
C — “ritos católicos restritos aos negros escravizados”: incorreta. As irmandades reuniam tanto escravizados quanto negros livres; além disso, brancos também praticavam ritos católicos, em outras irmandades.
D — “condenação da escravidão por meio da ação jesuítica”: incorreta. Os jesuítas tiveram atuação complexa e não promoveram, em conjunto e de modo efetivo, uma condenação institucional da escravidão africana nas práticas das irmandades.
E — “fim do sincretismo”: incorreta. Pelo contrário, as irmandades frequentemente favoreceram o sincretismo entre catolicismo e religiões africanas, mantendo-o e adaptando-o.
Dica de prova: desconfie de termos absolutos como “exclusão total”, “fim” ou “restrição absoluta”. Aqui a palavra-chave é entender a organização social (segregação) e o fenômeno cultural (sincretismo).
Leitura recomendada: Roger Bastide, Religiões Africanas no Brasil; Gilberto Freyre, Casa‑Grande & Senzala — para contexto sobre sincretismo e práticas sociais na colônia.
Gostou do comentário? Deixe sua avaliação aqui embaixo!





