Questão 5a188de2-bf
Prova:
Disciplina:
Assunto:
O filósofo Gérard Lebrun, em seu livro intitulado O que é o poder, discorre sobre diferentes abordagens do conceito
de poder. Na apresentação da obra, tece considerações sobre o binômio poder/dominação, tendo como referência a
obra de Michel Foucault. Escreve Lebrun:
Quando a questão é compreender como foi e continua sendo possível a resignação, quase ilimitada, dos homens perante os
excessos do poder, não basta invocar as disciplinas e as mil fórmulas de adestramento que, como mostra Foucault, são achados
relativamente recentes da modernidade. Sua origem e seu sucesso talvez se devam a um sentimento atávico dos deserdados,
de serem por natureza excluídos do poder, estranhos a este - talvez derivem da convicção de que opor-se a ele seria loucura
comparável a opor-se aos fenômenos atmosféricos. Ainda que o poder não seja uma coisa, ele se torna uma, pois é assim que
a maioria dos homens o representa. É preciso situar a tese de Foucault dentro de seus devidos limites: o homem condicionado,
adestrado pelos poderes, é o privilegiado, o europeu. Não é o colonizado, não é o proletário do Terceiro Mundo (assim como
não era o proletário europeu do século XIX). Estes, o poder não pensa sequer em domesticar: domina-os - e muito de cima.
(LEBRUN, Gérard. O que é poder. São Paulo: Brasiliense, 2004, p. 08.)
Com base na reflexão desenvolvida por Lebrun, é correto afirmar que:
O filósofo Gérard Lebrun, em seu livro intitulado O que é o poder, discorre sobre diferentes abordagens do conceito
de poder. Na apresentação da obra, tece considerações sobre o binômio poder/dominação, tendo como referência a
obra de Michel Foucault. Escreve Lebrun:
Quando a questão é compreender como foi e continua sendo possível a resignação, quase ilimitada, dos homens perante os
excessos do poder, não basta invocar as disciplinas e as mil fórmulas de adestramento que, como mostra Foucault, são achados
relativamente recentes da modernidade. Sua origem e seu sucesso talvez se devam a um sentimento atávico dos deserdados,
de serem por natureza excluídos do poder, estranhos a este - talvez derivem da convicção de que opor-se a ele seria loucura
comparável a opor-se aos fenômenos atmosféricos. Ainda que o poder não seja uma coisa, ele se torna uma, pois é assim que
a maioria dos homens o representa. É preciso situar a tese de Foucault dentro de seus devidos limites: o homem condicionado,
adestrado pelos poderes, é o privilegiado, o europeu. Não é o colonizado, não é o proletário do Terceiro Mundo (assim como
não era o proletário europeu do século XIX). Estes, o poder não pensa sequer em domesticar: domina-os - e muito de cima.
(LEBRUN, Gérard. O que é poder. São Paulo: Brasiliense, 2004, p. 08.)
Com base na reflexão desenvolvida por Lebrun, é correto afirmar que:
A
o conceito de poder tem a possibilidade de ser interpretado a partir de noções como “disciplina” ou “adestramento”,
construídas no próprio sujeito, considerando ao mesmo tempo a natureza estrutural e as condicionantes macrossociais do
poder que orientam os indivíduos à ação social.
B
as diferentes enunciações do conceito de poder presentes na obra de Foucault devem levar em consideração a situação
dos trabalhadores novecentistas em países de Terceiro Mundo; do contrário o poder só pode ser entendido como narrativa
dos opressores.
C
o poder é um fenômeno que prescinde das instituições políticas e sociais para que se manifeste e, conforme Lebrun, toda
forma de poder é uma manifestação da domesticação e do adestramento do indivíduo para a ação coletiva, tendo como
princípio a vigilância e a punição.
D
a explicação oferecida por Foucault possui limitações e não corresponde à realidade das relações de poder existentes no
mundo moderno e contemporâneo, sobretudo quando se destaca a análise do proletariado do Terceiro Mundo.
E
as relações de poder serão compreendidas em profundidade se assumirmos como parâmetro de nossas análises os
processos de colonização no século XIX e a opressão ao proletário do Terceiro Mundo.