A tabela abaixo apresenta a movimentação do tráfico transatlântico de escravos entre 1501 e 1866, de
acordo com a região de desembarque.
Fonte: The Trans-Atlantic Slave Trade Database. Disponível em:< http://www.slavevoyages.org/assessment/estimates>.
Acesso em: 24 mar. 2018. (adaptado)
Marque V (verdadeiro) ou F (falso) nas afirmativas a seguir.
( ) A descoberta do ouro na região das Minas Gerais (1696) explica o significativo incremento no
volume de africanos desembarcados nos portos do Brasil a partir do último quarto do século XVII.
( ) A independência do Haiti e a abolição da escravidão na ilha não representou uma redução da
participação do Caribe francês nos circuitos do tráfico transatlântico de escravos.
( ) A concorrência das colônias inglesas, francesas e holandesas não retirou do Brasil o monopólio
da produção de açúcar a partir da segunda metade do século XVII. Este aspecto fica evidente na
participação das respectivas regiões no volume do tráfico atlântico até o final do século XVIII.
( ) Em 1831, como resultado da pressão do governo inglês, passou a vigorar no Império do Brasil a
chamada “L i F ijó” qu d cr tou a xtinção do tráfico atlântico na r gião. ontudo, os dados
indicam que o comércio negreiro seguiu plenamente ativo até a sua proibição definitiva em 1850
(“Lei Eusébio de Queiroz”).
A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é
Gabarito comentado
Sobre o tráfico transatlântico de escravizados entre 1501 e 1866 e levando em consideração a tabela proposta pela questão, vamos definir se as afirmativas são verdadeiras ou falsas:
(V). A descoberta do ouro em Minas Gerais gerou uma grande demanda por mão de obra escrava no Brasil. Observando a tabela, há um aumento no número de escravizados desembarcados no Brasil a partir do período de 1676 a 1725. Entre 1676-1700, há 166.400 escravizados desembarcados, e entre 1701-1725, o número salta para 348.747, mostrando o impacto da mineração.
(F). O Haiti, que era a colônia mais rica da França, declarou sua independência em 1804 e aboliu a escravidão. Isso teve um impacto forte na economia da região, especialmente no tráfico de escravos. A tabela mostra que o Caribe francês teve um volume de tráfico de 290.339 entre 1776-1800, mas esse número cai drasticamente para 10.751 entre 1801-1825, evidenciando a redução.
(F). O Brasil perdeu, na realidade, o monopólio da produção de açúcar para as colônias inglesas, francesas e holandesas no Caribe. O tráfico de escravizados nessas regiões, especialmente no Caribe britânico e francês, aumenta significativamente a partir de meados do século XVII, o que demonstra o desenvolvimento dessas colônias como grandes produtoras de açúcar. A tabela indica, por exemplo, um aumento para o Caribe britânico (86.773 entre 1651-1675 e 196.501 entre 1676-1700) e o Caribe francês (16.746 entre 1651-1675 e 21.394 entre 1676-1700).
(V). A Lei Feijó de 1831, que buscava acabar com o tráfico de escravos, não foi efetivamente cumprida. A tabela mostra que o Brasil continuou a receber grandes números de escravizados após 1831. Entre 1826-1850, 621.191 africanos foram desembarcados no Brasil, o que comprova que o tráfico seguiu ativo até a proibição definitiva em 1850 com a Lei Eusébio de Queiroz.
Gabarito – Letra E
Referência:
Eltis, David, Stephen D. Behrendt, and David Richardson. "A participação dos países da Europa e das Américas no tráfico transatlântico de escravos: novas evidências." Afro-Ásia 24 (2000): 9-50.