Questão 574fb905-b5
Prova:
Disciplina:
Assunto:
Observe o período abaixo, retirado do 4º parágrafo do texto de Lya Luft.
“Grande contingente de jovens chega às universidades sem saber redigir um texto simples, pois
não sabem pensar, muito menos expressar-se por escrito.”
Assinale a alternativa em que a reescritura do período não comprometa a ideia pretendida pela autora:
Observe o período abaixo, retirado do 4º parágrafo do texto de Lya Luft.
“Grande contingente de jovens chega às universidades sem saber redigir um texto simples, pois
não sabem pensar, muito menos expressar-se por escrito.”
Assinale a alternativa em que a reescritura do período não comprometa a ideia pretendida pela autora:
TEXTO I‘Educação: reprovada’, um artigo de Lya Luft
Há quem diga que sou otimista demais. Há quem diga que sou pessimista. Talvez eu tente apenas ser uma
pessoa observadora habitante deste planeta, deste país. Uma colunista com temas repetidos, ah, sim,
os que me impactam mais, os que me preocupam mais, às vezes os que me encantam particularmente.
Uma das grandes preocupações de qualquer ser pensante por aqui é a educação. Fala-se muito, grita-se muito, escreve-se, haja teorias e reclamações. Ação? Muito pouca, que eu perceba. Os males foram-se acumulando de tal jeito que é difícil reorganizar o caos.
Há coisa de trinta anos, eu ainda professora universitária, recebíamos as primeiras levas de alunos saídos
de escolas enfraquecidas pelas providências negativas: tiraram um ano de estudo da meninada, tiraram
latim, tiraram francês, foram tirando a seriedade, o trabalho: era a moda do “aprender brincando”.
Nada de esforço, punição nem pensar, portanto recompensas perderam o sentido. Contaram-me
recentemente que em muitas escolas não se deve mais falar em “reprovação, reprovado”, pois isso
pode traumatizar o aluno, marcá-lo desfavoravelmente. Então, por que estudar, por que lutar, por que
tentar?
De todos os modos facilitamos a vida dos estudantes, deixando-os cada vez mais despreparados
para a vida e o mercado de trabalho. Empresas reclamam da dificuldade de encontrar mão de obra
qualificada, médicos e advogados quase não sabem escrever, alunos de universidades têm problemas
para articular o pensamento, para argumentar, para escrever o que pensam. São, de certa forma,
analfabetos. Aliás, o analfabetismo devasta este país. Não é alfabetizado quem sabe assinar o nome,
mas quem o sabe assinar embaixo de um texto que leu e entendeu. Portanto, a porcentagem de
alfabetizados é incrivelmente baixa.
Agora sai na imprensa um relatório alarmante. Metade das crianças brasileiras na terceira série do
elementar não sabe ler nem escrever. Não entende para o que serve a pontuação num texto. Não sabe
ler horas e minutos num relógio, não sabe que centímetro é uma medida de comprimento. Quase a
metade dos mais adiantados escreve mal, lê mal, quase 60% têm dificuldades graves com números.
Grande contingente de jovens chega às universidades sem saber redigir um texto simples, pois
não sabem pensar, muito menos expressar-se por escrito. Parafraseando um especialista, estamos
produzindo estudantes analfabetos.
Naturalmente, a boa ou razoável escolarização é muito maior em escolas particulares: professores
menos mal pagos, instalações melhores, algum livro na biblioteca, crianças mais bem alimentadas e
saudáveis – pois o estado não cumpre o seu papel de garantir a todo cidadão (especialmente a criança)
a necessária condição de saúde, moradia e alimentação.
Faxinar a miséria, louvável desejo da nossa presidenta, é essencial para nossa dignidade. Faxinar a
ignorância – que é uma outra forma de miséria – exigiria que nos orçamentos da União e dos estados
a educação, como a saúde, tivesse uma posição privilegiada. Não há dinheiro, dizem. Mas políticos
aumentam seus salários de maneira vergonhosa, a coisa pública gasta nem se sabe direito onde,
enquanto preparamos gerações de ignorantes, criados sem limites, nada lhes é exigido, devem aprender
brincando. Não lhes impuseram a mais elementar disciplina, como se não soubéssemos que escola,
família, a vida sobretudo, se constroem em parte de erro e acerto, e esforço. Mas, se não podemos
reprovar os alunos, se não temos mesas e cadeiras confortáveis e teto sólido sobre nossa cabeça nas
salas de aula, como exigir aplicação, esforço, disciplina e limites, para o natural crescimento de cada
um?
Cansei de falas grandiloquentes sobre educação, enquanto não se faz quase nada. Falar já gastou, já
cansou, já desiludiu, já perdeu a graça. Precisamos de atos e fatos, orçamentos em que educação e saúde
(para poder ir à escola, prestar atenção, estudar, render e crescer) tenham um peso considerável: fora
isso, não haverá solução. A educação brasileira continuará, como agora, escandalosamente reprovada.
http://veja.abril.com.br/blog/augusto-nunes/feira-livre/educacao-reprovada-um-artigo-de-lya-luft/
TEXTO I
‘Educação: reprovada’, um artigo de Lya Luft
Há quem diga que sou otimista demais. Há quem diga que sou pessimista. Talvez eu tente apenas ser uma
pessoa observadora habitante deste planeta, deste país. Uma colunista com temas repetidos, ah, sim,
os que me impactam mais, os que me preocupam mais, às vezes os que me encantam particularmente.
Uma das grandes preocupações de qualquer ser pensante por aqui é a educação. Fala-se muito, grita-se muito, escreve-se, haja teorias e reclamações. Ação? Muito pouca, que eu perceba. Os males foram-se acumulando de tal jeito que é difícil reorganizar o caos.
Há coisa de trinta anos, eu ainda professora universitária, recebíamos as primeiras levas de alunos saídos
de escolas enfraquecidas pelas providências negativas: tiraram um ano de estudo da meninada, tiraram
latim, tiraram francês, foram tirando a seriedade, o trabalho: era a moda do “aprender brincando”.
Nada de esforço, punição nem pensar, portanto recompensas perderam o sentido. Contaram-me
recentemente que em muitas escolas não se deve mais falar em “reprovação, reprovado”, pois isso
pode traumatizar o aluno, marcá-lo desfavoravelmente. Então, por que estudar, por que lutar, por que
tentar?
De todos os modos facilitamos a vida dos estudantes, deixando-os cada vez mais despreparados
para a vida e o mercado de trabalho. Empresas reclamam da dificuldade de encontrar mão de obra
qualificada, médicos e advogados quase não sabem escrever, alunos de universidades têm problemas
para articular o pensamento, para argumentar, para escrever o que pensam. São, de certa forma,
analfabetos. Aliás, o analfabetismo devasta este país. Não é alfabetizado quem sabe assinar o nome,
mas quem o sabe assinar embaixo de um texto que leu e entendeu. Portanto, a porcentagem de
alfabetizados é incrivelmente baixa.
Agora sai na imprensa um relatório alarmante. Metade das crianças brasileiras na terceira série do
elementar não sabe ler nem escrever. Não entende para o que serve a pontuação num texto. Não sabe
ler horas e minutos num relógio, não sabe que centímetro é uma medida de comprimento. Quase a
metade dos mais adiantados escreve mal, lê mal, quase 60% têm dificuldades graves com números.
Grande contingente de jovens chega às universidades sem saber redigir um texto simples, pois
não sabem pensar, muito menos expressar-se por escrito. Parafraseando um especialista, estamos
produzindo estudantes analfabetos.
Naturalmente, a boa ou razoável escolarização é muito maior em escolas particulares: professores
menos mal pagos, instalações melhores, algum livro na biblioteca, crianças mais bem alimentadas e
saudáveis – pois o estado não cumpre o seu papel de garantir a todo cidadão (especialmente a criança)
a necessária condição de saúde, moradia e alimentação.
Faxinar a miséria, louvável desejo da nossa presidenta, é essencial para nossa dignidade. Faxinar a
ignorância – que é uma outra forma de miséria – exigiria que nos orçamentos da União e dos estados
a educação, como a saúde, tivesse uma posição privilegiada. Não há dinheiro, dizem. Mas políticos
aumentam seus salários de maneira vergonhosa, a coisa pública gasta nem se sabe direito onde,
enquanto preparamos gerações de ignorantes, criados sem limites, nada lhes é exigido, devem aprender
brincando. Não lhes impuseram a mais elementar disciplina, como se não soubéssemos que escola,
família, a vida sobretudo, se constroem em parte de erro e acerto, e esforço. Mas, se não podemos
reprovar os alunos, se não temos mesas e cadeiras confortáveis e teto sólido sobre nossa cabeça nas
salas de aula, como exigir aplicação, esforço, disciplina e limites, para o natural crescimento de cada
um?
Cansei de falas grandiloquentes sobre educação, enquanto não se faz quase nada. Falar já gastou, já
cansou, já desiludiu, já perdeu a graça. Precisamos de atos e fatos, orçamentos em que educação e saúde
(para poder ir à escola, prestar atenção, estudar, render e crescer) tenham um peso considerável: fora
isso, não haverá solução. A educação brasileira continuará, como agora, escandalosamente reprovada.
http://veja.abril.com.br/blog/augusto-nunes/feira-livre/educacao-reprovada-um-artigo-de-lya-luft/
A
Grande quantidade de jovens nos quais não sabem pensar, muito menos se expressar por escrito,
chega às universidades sem saber redigir um texto simples.
B
Grandes universidades cujos jovens não sabem pensar, muito menos se expressar por escrito, tem
chegado ao ensino superior.
C
Embora não saibam pensar, muito menos se expressar por escrito, grande contingente de jovens
chega às universidades sem saber redigir um texto simples.
D
Uma vez que não sabem pensar, muito menos se expressar por escrito, grande quantidade de
jovens chega às universidades sem saber redigir um texto simples.