Segundo Antonio Barros de Castro, o café foi, entre nós, uma “cultura itinerante”, “uma atividade em movimento”, compreendendo, simultaneamente, “uma faixa pioneira, onde o café estaria penetrando; uma zona onde estaria consolidado e plenamente produtivo e uma região decadente, onde a cultura se encontra em regressão.” (7 Ensaios sobre a economia brasileira).
Aplicando a classificação contida no texto acima à cafeicultura brasileira na primeira década do século XX, é possível associar:
Aplicando a classificação contida no texto acima à cafeicultura brasileira na primeira década do século XX, é possível associar:
Gabarito comentado
Alternativa correta: A
Tema central: entende-se a dinâmica espacial da cafeicultura brasileira no início do século XX — a noção de “cultura itinerante” (Barros de Castro) que descreve frentes de expansão, zonas maduras e áreas em declínio. É preciso relacionar essas categorias com regiões históricas do café.
Resumo teórico: a cafeicultura deslocou-se ao longo do tempo: primeiro floresceu no Vale do Paraíba fluminense (século XIX), depois ganhou o Vale do Paraíba paulista e Campinas (maturidade), e, já no fim do século XIX/princípio do XX, a expansão ocorreu para o oeste paulista — terras de terra roxa, férteis e com transportes em expansão. Os antigos cafezais fluminenses entraram em decadência por exaustão do solo, competição e deslocamento de capitais e mão de obra. (Fonte: A. Barros de Castro, 7 Ensaios sobre a economia brasileira; sínteses em manuais de História Econômica do Brasil.)
Por que a alternativa A está correta: ela associa corretamente a faixa pioneira ao oeste paulista (nova fronteira produtiva), a região madura ao Vale do Paraíba paulista (área já consolidada e ainda produtiva) e o setor decadente aos velhos cafezais do Vale do Paraíba fluminense — exatamente o esquema espacial descrito por Barros de Castro para o início do século XX.
Análise das alternativas incorretas (síntese):
B: inverte locais — Vassouras/Valença (fluminenses) foram centros antigos, não faixa pioneira; oeste do Paraná só se torna relevante mais tarde (século XX) e não é “retaguarda” correta aqui.
C: confunde papéis entre Paraíba paulista e fluminense; afirma que Paraíba fluminense seria a região madura, quando já estava em regressão.
D: cita localidades (Cantagalo, Angra, Paraty, baixada fluminense) que não correspondem ao padrão geral de pioneirismo, consolidação e decadência descrito por Barros de Castro para o período.
E: apresenta combinações geográficas incompatíveis (Jequitinhonha e meio-Paraíba não correspondem à frente de expansão/decadência indicadas para início do século XX).
Dica de interpretação de prova: identifique termos temporais (“primeira década do séc. XX”) e geográficos; associe “pioneira” a áreas de expansão recente e “decadente” a antigos núcleos do século XIX.
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